Você, médico, que já tem alguns bons anos de experiência e carrega um arsenal de casos para relatar aos mais jovens, quais conselhos lhes deixaria? Enumeramos alguns pontos importantes neste post. Confira 10 conselhos para os jovens médicos.
Em um mundo cada vez mais competitivo, em que as informações são infindáveis e velozes, a atualização permanente – como em várias outras profissões – é fundamental para que o profissional da Medicina exerça bem seu trabalho, consciente da importância do saber científico em profundidade. Afinal, o estudo da Medicina não se esgota com o diploma e ao longo dos anos a prática imporá desafios para que se possa ter segurança e tranquilidade ao dar algum diagnóstico. Assim, é preciso ler, sempre, principalmente o que diz respeito à sua especialidade, ter conhecimento das descobertas, experiências e atualidades médicas. E não se esqueça da importância da cultura humanística e do conhecimento da realidade que te cerca.
O contato com a pesquisa e a produção científica durante a graduação poderá simplificar a luta para ingressar no mestrado e, depois, doutorado. Sem dúvida, um diferencial na carreira. Também é importante procurar ter uma experiência fora do país, recomendando-se os estágios no exterior. Além de exercitar os conhecimentos técnicos em outra língua, sempre encontrará disponível a possibilidade de aprender uma nova técnica, além do aprendizado e da convivência em outra cultura. Tudo isto contribuirá para o enriquecimento do conhecimento científico e técnico, além do amadurecimento pessoal.
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Não tenha pressa. Ouça atentamente e anote todas as queixas de seu paciente. Não pense que, ainda que pareça algo irrelevante, deve desconsiderar. Um bom diagnóstico, para um caso mais complicado, às vezes pode demandar maior tempo para melhores observações. E lembre-se de que você sempre poderá aprender algo nas consultas. Mergulhe em cada caso, sobretudo naqueles que mais remoerem sua mente, vasculhando um sintoma, um sinal que possa indicar o caminho para o melhor diagnóstico.
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Não se sinta superior diante dos pacientes, jogando sobre ele seu cabedal de sabedoria para impressioná-lo. Trate-os igualmente, sem qualquer tipo de distinção, ainda que dentre eles possam estar parentes ou amigos. Procure usar a linguagem mais simples para explicar a enfermidade em questão e tranquilizar o paciente.
Além disso, não tenha vergonha de solicitar ajuda para algum colega quando não tiver certeza ou sequer tenha noção da conduta correta para algum caso complicado, seja ele complicado ou não. Não se deixe levar pelos elogios e pense que por ter alcançado reconhecimento público é o dono da verdade. A cada dia, a cada paciente, você poderá sempre aprender um pouco mais sobre a Medicina e a Vida.
O médico não tem uma ética especial, só dele. O que deve ser observado aqui é o comportado ético do Ser Humano, abrangendo sua correção moral. Assim, nunca misture as coisas, valendo-se de sua posição social para tirar proveito pessoal, seja através de presentes, viagens e estadias gratuitas para congressos, vantagens financeiras ou de favores políticos. Descarte qualquer comportamento que possa configurar uma concorrência desonesta. A melhor propaganda é feita boca a boca e é importante ser reconhecido não só pela competência e pelo conhecimento, mas igualmente pelo caráter e pela condução correta de sua vida diária.
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Com toda a certeza, a entrega e a carga excessiva de trabalho, mais as horas acumuladas sem dormir e as pressões permanentes na jornada diária de trabalho são elementos que contribuem para o desgaste do médico. Tudo isso ganha maior impacto com o sentimento de impotência diante da morte de pacientes, a angústia e o distanciamento da família. Então, o estresse, a depressão, o Burnout, o vício em drogas e os pensamentos recorrentes de morte e suicídio são graves ameaças. Não caia nessa armadilha. Reserve um tempo para cuidar da sua saúde física e mental, para o descanso e o lazer.
Estar antenado sobre as inovações tecnológicas e os recursos que estão disponíveis para uso diário na Medicina é de suma importância. Mas, da mesma forma, é preciso cuidado ao expor suas opiniões, por exemplo, no Facebook e demais redes sociais. Lembre-se que você poderá ser avaliado e cobrado por isto. A divulgação de fotos, também, e principalmente em momentos de lazer, requer um cuidado muito especial, pois é preciso que o médico preserve sua imagem perante a sociedade.
Pacientes não são cobaias. Assim, não imponha ao enfermo algum tipo de tratamento que, com certeza, não aplicaria em você, amigos ou parentes. Da mesma forma, é preciso cautela ao recomendar o uso de novas drogas. O uso indiscriminado ou excessivo de drogas, como antibióticos, tranquilizantes, esteroides e anti-inflamatórios também pode levar a complicações iatrogênicas. Muitas vezes, a melhor resposta está na segurança do medicamento reconhecido como o mais eficaz, ainda que seja rotulado como tradicional. E não naquele que é alardeado como a salvação, mesmo que não tenha uma sólida base experimental. Igualmente, tenha cautela nas indicações cirúrgicas.
As palavras do médico são importantes e devem ser ditas ao paciente com cuidado, critério, firmeza e honestidade. Cada paciente deposita no médico sua confiança (e muitas vezes sua esperança), construindo uma relação de respeito. Portanto, é importante, sempre, passar uma mensagem de otimismo, mas sem esconder a verdade do paciente e sem entrar em desespero nos momentos mais difíceis.
É o que recomendam médicos experientes no caso de pacientes que apresentam estado febril. Buscar o diagnóstico correto é a senha, lembrando que quando a febre se prolongar, é preciso estar atento para a tuberculose, que ressurgiu com força nos últimos anos. Outro alerta: ter um grande rigor com os pacientes hipertensos, controlando o peso dos seus clientes, pois não há aviso de quando a hipertensão se manifestará. Por fim, é cada vez maior a importância da prevenção e da orientação para uma vida saudável. Com o envelhecimento da população, é fundamental ser feito o diagnóstico precoce de doenças, principalmente como o câncer.
O livro “Conselhos para um Jovem Médico”, de Auro Del Giglio, é recomendado para todos os médicos. Mas, destina-se especialmente para quem está se iniciando na Medicina. Em suas páginas, aborda a relação entre médico e paciente, mentor e aluno, orientador e pós-graduando, sob a perspectiva de um médico que cuida e ensina a cuidar. Nele, os jovens médicos encontrarão conselhos baseados na experiência pessoal e profissional de Auro Del Giglio.
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