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Retrospectiva da Saúde 2019 – Parte 2

Retrospectiva da Saúde 2021

O ano está chegando ao fim e nós, da ProDoctor Software S/A, fizemos a Retrospectiva Medicina e Saúde 2019. Esta é a segunda parte com tudo de mais importante que aconteceu no último ano no mundo da Medicina e da Ciência!


Clique aqui para ler a parte 1


Retrospectiva medicina e saúde 2019

Injeção testada no Brasil pode impedir transmissão do vírus causador da Aids

Pesquisadores brasileiros investigam a possibilidade de se administrar uma injeção de um medicamento antirretroviral a cada dois meses para impedir o contágio por HIV. Os estudos são feitos em parceria com cientistas de outros seis países. Com isso, esperam ter uma resposta em até dois anos.

A investigação realizada pela HIV Prevention Trials Network, uma agência do governo americano dedicada a estudos médicos, avalia se esse tipo de profilaxia pré-exposição (PrEP) funciona tão bem quanto o outro método disponível atualmente.

Na chamada PrEP oral, o paciente toma um comprimido com drogas antirretrovirais. Se acaso o tratamento for feito corretamente, sua eficácia para prevenir a transmissão do vírus causador da Aids pode chegar a 99%.

PrEP – Versão injetável

A versão injetável é feita a partir de outra substância, cabotegravir. Dessa maneira, os medicamentos impedem a multiplicação do HIV ao se ligarem a enzimas essenciais ao processo de replicação do vírus. Entretanto, atuam em etapas diferentes do ciclo.

O comprimido deve ser tomado diariamente, a fim de garantir que seus princípios ativos estejam no corpo sempre em níveis adequados. Por outro lado, o cabotegravir é injetado no músculo de uma das nádegas e fica depositado ali. Em seguida, é liberado gradualmente ao longo de dois meses, quando é preciso renovar a dose.

O estudo da PrEP injetável será concluído em 2021. Se os resultados forem positivos, a expectativa é que seja autorizado pelo FDA para ser usado por seu público-alvo até o ano seguinte, diz Fauci, da NIAID.

Mapeamento genético indica que bactérias sobrevivem à limpeza diária em UTI

Ao utilizar técnicas de sequenciamento de nova geração, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP) comparou comunidades de microrganismos de diversas superfícies de suas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) adulta e neonatal. Com isso, foi possível identificar uma quantidade de gêneros e espécies de microrganismos muito maior do que o cultivo em laboratório.

O trabalho resultou de uma parceria da Comissão de Controle de Infecções Hospitalares da instituição com pesquisadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da Universidade de São Paulo (USP).

Os resultados foram publicados pelos pesquisadores no dia 28 de agosto em artigo na revista especializada “Frontiers in Public Health”. Foram detectadas diferenças na composição da microbiota das superfícies das UTIs. Além disso, verificou-se que muitas bactérias potencialmente causadoras de doenças que vivem nesses locais são resistentes aos produtos de limpeza utilizados para minimizar o risco de infecções hospitalares.

Incidência e gastos

Nos Estados Unidos, de acordo com as informações dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, as infecções hospitalares matam cerca de 72 mil pessoas por ano. Como resultado, os gastos estimados estão na faixa de US$ 97 a 147 bilhões.

Por outro lado, no Brasil, dados de 2014 referentes às UTIs de 1.692 hospitais detectaram cinco infecções primárias da corrente sanguínea laboratorial a cada mil catéteres venosos centrais por dia em UTI adulto. Esse tipo de infecção é um dos mais comuns dentro de hospitais.

Japão quer desenvolver os ‘humano-animais’

É antigo o sonho de cientistas japoneses criar embriões de animais com células-tronco humanas. A fim de tornar isto uma realidade, vão usar em suas experiências, em princípio, ratos e camundongos. O sinal verde para criar os chamados “humano-animais” ou “quimeras”, como eram conhecidos os seres híbridos na mitologia grega, foi dado em março.

Nesse sentido, foi o primeiro apoio expresso de um governo, conforme a revista científica “Nature“. Em agosto, o cientista Hiromitsu Nakauchi, que lidera grupos de pesquisa nas universidades de Tóquio (Japão) e Stanford (EUA), disse que a mudança nas diretrizes já permite a ele avançar em suas pesquisas.

Com isso, seu objetivo final é produzir órgãos humanos em falta para transplante, como por exemplo, pâncreas. Uma vez que sejam desenvolvidos, poderão ser transplantados do animal para uma pessoa.

Todavia, Nakauchi afirmou que esse processo será lento. Além disso, ressaltou que não faltarão obstáculos, científicos e éticos, uma vez que os experimentos com células-tronco são, em muitos casos, motivo de controvérsia.

Questão ética

Ainda conforme a “Nature“, alguns bioeticistas temem que as células humanas possam ser usadas para algo além do desenvolvimento do órgão em questão. Por exemplo, alcançando o cérebro em desenvolvimento do animal e, consequentemente, afetando suas capacidades cognitivas.

Porém, Hiromitsu Nakauchi argumenta que o experimento é desenvolvido de modo que “as células-tronco só vão para o pâncreas”. Além disso, enfatiza que não tentará, de cara, transplantar nenhum embrião híbrido.

Antes de mais nada, ele tenciona desenvolver embriões de camundongos híbridos por cerca de 14 dias, quando quase todos os órgãos do animal estão formados. Em seguida, fará o mesmo com os ratos. Desse modo, permitirá que se desenvolvam por até 15 dias. Por fim, será a vez dos porcos, quando precisará de até 70 dias para desenvolver embriões híbridos. Contudo, mesmo assim, nem todos estão convencidos dos planos do cientista japonês.

Cientistas mapeiam ‘superfungo’ resistente a medicamentos

Fungo resistente a medicamentos, o Candida auris, fungo resistente a medicamentos, só foi descoberto há 10 anos. Entretanto, hoje é um dos micro-organismos responsáveis por infecções hospitalares mais temidos do mundo.

Foram registrados surtos em várias partes do planeta. Preocupados, cientistas mapeiam o ‘superfungo’, a fim de compreender melhor quem são os pacientes mais vulneráveis para reduzir o risco de contágio.

Conforme recentes pesquisas, as temperaturas mais altas, provocadas pelo aquecimento global, podem ter levado a um aumento no número de casos. Dessa maneira, os Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês), reafirmam seu alerta sobre a necessidade de um aprofundamento nos estudos.

Afinal, o que é o Candida auris (C. auris)? Trata-se de uma levedura, tipo de fungo, que pode causar infecções em seres humanos. Embora seja do mesmo gênero que o fungo Candida albicans (C. albicans), um dos principais causadores da candidíase, são espécies bem diferentes.

Resistência fatal

A candidíase por C. albicans é uma doença comum que pode afetar a pele, as unhas e os órgãos genitais, e é fácil de tratar. Contudo, já a infecção pelo C. auris é resistente a medicamentos e pode ser fatal. Frequentemente, é resistente aos medicamentos comuns, o que dificulta o tratamento das infecções.

Além disso, o C. auris costuma ser confundido com outras infecções, levando a tratamentos inadequados.

Na maioria das vezes, as leveduras do gênero Candida residem na pele, boca e genitais sem causar problemas. Mas, podem causar infecções quando estamos com a imunidade baixa ou quando se provocam infecções invasivas, como, por exemplo, na corrente sanguínea ou nos pulmões.

C. auris costuma causar infecções na corrente sanguínea. Entretanto, também pode infectar o sistema respiratório, o sistema nervoso central e os órgãos internos, assim como a pele.

Essas infecções são geralmente muito graves. Estima-se que, em todo o planeta, as infecções fúngicas invasivas de C. Auris tenham levado à morte de entre 30% e 60% dos pacientes.

App de celular poderá detectar a glicose na ponta do dedo

Uma inovação poderá beneficiar diretamente os pacientes com diabetes. Um estudo apresentado no Colégio Americano de Cardiologia, em Nova Orleans (EUA), apresentou resultados animadores com um aplicativo de smartphone para detecção indireta de glicose no sangue.

Também na Universidade da Califórnia, pesquisadores analisaram esse novo uso em um app originalmente desenhado e normalmente utilizado para detectar a frequência cardíaca. As ferramenta se valem da luz da câmera do celular para averiguar a onda de pulso.

Funciona dessa maneira: é feita uma medida da rigidez dentro dos vasos sanguíneos assim que o usuário posiciona o dedo indicador sobre ela. Dessa forma, é possível captar a frequência cardíaca e o formato das ondas de pulso.

Os cientistas compararam as medições de 54.269 indivíduos, que, além disso, também preencheram um questionário informando se tinham diabetes ou não. Com isso, foi possível detectar diferenças nos formatos das ondas de pulso entre essas pessoas com razoável acurácia.

Pesquisas em curso

Embora o índice ainda esteja longe dos 100%, as pesquisas continuam. Em seguida, os pesquisadores irão comparar em outro grupo de pacientes dos Estados Unidos e do Canadá os padrões de formato de onda entre pessoas com diferentes níveis de glicose e de hemoglobina glicada no sangue.

Conforme revelaram, a meta é “treinar” a Inteligência Artificial, a fim de captar diferentes nuances nas curvas das ondas de pulso em diferentes níveis de glicose. Assim, estabelecerão uma relação entre as duas medidas.

O cruzamento das informações permitirá, então, informar com exatidão o valor da glicose. Com praticidade e sem dor, de tal forma que o paciente terá apenas que colocar a ponta do dedo na câmera do celular.

Retrospectiva medicina e saúde 2019

Terapia genética pioneira obtém sucesso pela 1ª vez na América Latina

O mineiro Vamberto Luiz de Castro, funcionário público aposentado, 62 anos, tinha linfoma e tomava morfina todo dia. Depois que se submeteu a um tratamento inédito na América Latina, ele deixou o hospital livre dos sintomas do câncer.

De acordo com os médicos e os pesquisadores do Centro de Terapia Celular (CTC-Fapesp-USP) do Hemocentro, ligado ao Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP), o paciente está “virtualmente” livre da doença.

Nesse sentido, é importante ressaltar a utilização de um método 100% brasileiro, baseado em uma técnica de terapia genética descoberta no exterior e conhecida como CART-Cell. Essa técnica norte-americana, ainda recente e em fase de pesquisas, pode custar mais de US$ 475 mil. Embora pouco acessível, nos EUA, os tratamentos comerciais já receberam aprovação.

Além dos EUA, o método também é utilizado na Europa, China e Japão. Ele consiste na manipulação de células do sistema imunológico para que elas possam combater as células causadoras do câncer.

Entenda como funciona a Terapia genética CART-Cell

Apesar de terem obtido sucesso, os médicos não falam em cura ainda, uma vez que o diagnóstico final só pode ser dado após cinco anos de acompanhamento. Tecnicamente, com toda a certeza, os exames indicam a “remissão do câncer”.

Antes de chegar a Ribeirão Preto, Vamberto Luiz de Castro fez quimioterapia e radioterapia. Contudo, seu corpo não respondeu bem ao tratamento. Então, passou por um tratamento paliativo, com dose máxima de morfina, assim que chegou no Hospital das Clínicas em Ribeirão no dia 9 de setembro. Apresentava muitas dores, perda de peso e dificuldades para andar, pois o tumor havia se espalhado para os ossos.

Conforme os prognósticos médicos, teria menos de um ano de vida. Com isso, como uma última tentativa, foi incluído em um “protocolo de pesquisa”, quando os médicos testaram a nova terapia, até então inédita no Brasil.

Veja também: Médicos do HC em Ribeirão Preto lamentam morte de homem curado de câncer terminal após acidente em BH

Injeção contra diabetes vira comprimido diário

Os Estados Unidos aprovaram o uso do semaglutida oral (Rybelsus Novo Nordisk), de 7 mg e 14 mg, para o tratamento do diabetes tipo 2 em adultos. Dessa forma, espera-se melhorar o controle glicêmico juntamente com a dieta e a prática regular de exercícios.

A versão injetável uma vez por semana do agonista do receptor de peptídeo-1 de ação prolongada semelhante ao glucagon (GLP-1) (Ozempic, Novo Nordisk) foi aprovada em dezembro de 2017. Em outras palavras, um agonista é substância capaz de se ligar a um receptor celular e ativá-lo para provocar uma resposta biológica. Ou seja, uma determinada ação na célula, geralmente similar à produzida por uma substância fisiológica.

“Será um divisor de águas. Não há agente oral que possa reduzir de 1,2% a 1,5% HbA 1c com uma perda de 3 a 4 kg. Uma das barreiras dos agonistas do GLP-1, entre outras coisas, é ser injetável”, disse Julio Rosenstock”. O diretor médico do Dallas Diabetes Research Center (Texas), concedeu entrevista ao site da Associação Europeia para o Estudo Anual da Diabetes (EASD) 2019.

Prêmio Nobel: como as células “sentem”?

Três cientistas que descobriram como as células “sentem” e se adaptam a níveis de oxigênio disponíveis ganharam o prêmio Prêmio Nobel de Medicina de 2019. Os vencedores são o britânico Peter Ratcliffe e os americanos, William Kaelin e Gregg Semenza.

Eles são do Francis Crick Institute e da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e das universidades de Harvard e Johns Hopkins, nos Estados Unidos.

O trabalho dos três “identificou o maquinário molecular que regula a atividade dos genes em resposta à variação nos níveis de oxigênio, um dos processos mais essenciais de adaptação da vida”.

Ou seja, os cientistas descobriram como as células “sentem” e se adaptam às mudanças de disponibilidade de oxigênio no corpo. Além disso, identificaram os componentes que regulam como os genes respondem aos níveis de oxigênio.

As descobertas remetem às adaptações feitas pelo nosso corpo em diferentes momentos do nosso dia a dia. Ou seja tudo aquilo que fazemos durante a vida, não só os exercícios físicos que fazemos, como também a possibilidade de estar em altitudes altas e até nosso desenvolvimento no útero.

Além disso, o trabalho também pode resultar em novos tratamentos para a anemia e também para o câncer.

Medicamento personalizado para doença rara e fatal

Mila Makovec, hoje com oito anos, foi diagnosticada com uma doença no cérebro, condição sem tratamento conhecido e que leva à morte. Partindo do zero e em tempo recorde, ou seja, em menos de um ano, médicos do Hospital da Criança de Boston (EUA) criaram uma droga feita sob medida para corrigir falhas específicas do seu DNA.

A doença de Batten é incrivelmente rara, piora progressivamente e é sempre letal. Pode ser provocada por uma série de mutações genéticas que atrapalham a capacidade das células de quebrarem e reciclarem resíduos. Em contraste com isso, eles se avolumam e podem levar à morte das células do cérebro.

Entretanto, os médicos do Hospital da Criança de Boston criaram um medicamento feito sob medida para corrigir os defeitos. Em janeiro, ele foi batizado de Milasen, em 31 de janeiro de 2019. A droga foi testada em células de Mila e em animais de laboratório.

Embora os medicamentos levem uma década e meia para sair do laboratório, passar por testes clínicos e chegar aos pacientes, a história foi mais curta. Com isso, o Milasen recebeu aprovação do órgão regulatório dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) em menos de um ano.

Hoje, Mila Makovec tem tido muito menos convulsões, contudo, ainda não está curada.

Primeiro útero artificial poderá salvar bebês prematuros

Nos Países Baixos, médicos e designers estão desenvolvendo o primeiro útero artificial para bebês extremamente prematuros. “Meu projeto para um útero artificial é feito de de cinco grandes balões onde bebês vão ficar meio que nadando em seus próprios fluidos”, explica a designer Lisa Mademaker.

“Tubos fazem a circulação de fluidos, de sangue.” “Quando eu fazia residência em ginecologia, 27 anos atrás eu sabia que era possível fazer isso”, diz Guid Oei, ginecologista, do Centro Médico Máxima e responsável pelo projeto.

“A principal diferença é que o útero artificial é preenchido com líquido. Uma incubadora é preenchida com ar, que é um ambiente inóspito para bebês extremamente prematuros”, afirma. “O ar machuca os pulmões em formação.” Ele explica que o bebê prematuro será colocado no aparelho imediatamente após o parto, e conectado a uma placenta artificial.

“O útero artificial é um ambiente líquido preenchido com água e vários tipos de minerais. Então o bebê recebe oxigênio e nutrientes através do cordão umbilical. Assim como quando ele está em seu ambiente natural”, afirma Oei. Segundo ele, o bebê cresce e depois de quatro é feito um ‘segundo parto’. “Isso poderia salvar muitas vidas”, diz.

Por ano, cerca de 15 milhões de bebês nascem prematuros no mundo todo. Cerca de metade dos que nascem mais prematuros morrem. “Ainda não sabemos nada sobre consequências de curto e longo prazo para os bebês. Esse projeto vai demorar cerca de cinco anos até começarmos a usar o útero artificial em bebês humanos”, explica o médico.

Retrospectiva medicina e saúde 2019

Brasil tem remédio para malária após 70 anos sem novidades

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro de um novo remédio para malária: a tafenoquina, fabricada pela farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK). Trata-se de uma versão da primaquina, um princípio ativo utilizado há décadas contra a doença.

“É a primeira vez em quase 70 anos que temos um novo medicamento contra a malária vivax [tipo mais comum no Brasil]”, declarou à imprensa o médico Dhélio Batista Pereira, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de Rondônia. Aliás, essa instituição brasileira participou dos estudos clínicos que comprovaram os benefícios da tafenoquina — entre eles, a maior facilidade no tratamento.

Tomada em dose única, a droga age por um período superior a 20 dias, com alta chance de cura total. Isso ajuda na adesão. O esquema tradicional exige seguir um tratamento por até 14 dias.

Drogas combinadas podem matar de fome células do câncer

Pesquisadores do Sanford Burnham Prebys Medical Discovery Institute, localizado na Califórnia (EUA), descobriram que a combinação de dois fármacos usados atualmente para tratar leucemia e tumores como melanoma pode ser a chave para tratar o câncer de pâncreas. A doença é uma das mais letais que afetam os seres humanos.

Os cientistas comprovaram que o tratamento reduziu com êxito os tumores pancreáticos em ratos e pretendem respaldar esse achado com testes clínicos, conforme artigo publicado na revista científica “Nature Cell Biology“.

Um dos fármacos é o L-asparaginasa, uma enzima com potencial terapêutico usada para combater a leucemia. O outro é um inibidor de MEK, um tipo de proteína. Eles deixam os tumores sem os nutrientes necessários para que cresçam. Além disso, impedem que se adaptem para sobreviver. Em outras palavras, a técnica “mata de fome” as células com câncer.

O câncer de pâncreas representa apenas 3% de todos os diagnósticos. Entretanto, os médicos classificam esse tipo de tumor como o mais agressivo, com uma taxa de mortalidade de 99%. Além disso, a porcentagem de pessoas afetadas aumentou na última década.

Todavia, a combinação dos medicamentos pode vir a oferecer uma nova esperança a quem sofre com a enfermidade. Conforme seus resultados, os medicamentos combinados “podem reduzir tumores”.

Humanos são colocados em animação suspensa pela 1ª vez

Em Baltimore (EUA), médicos de um pronto-socorro colocaram pela primeira vez pacientes humanos em um estado de “animação suspensa”, ou seja, uma espécie de hipotermia induzida de propósito. Conforme explicaram durante um simpósio na Academia de Ciências de Nova Iorque, a técnica consiste em injetar uma grande quantidade de soro gelado na artéria aorta para deixar o corpo a 10 ºC.

A técnica, chamada de Preservação e Ressuscitação de Emergência (EPR) tem como meta é aumentar as chances de sobrevivência de vítimas de acidentes graves, como por exemplo, disparos de arma de fogo ou facadas, quando chegam à mesa de cirurgia. Com isso, ganha-se mais tempo para realizar as cirurgias.

Só para exemplificar: se um ferido já perdeu mais de 50% do sangue e tem uma parada cardíaca durante o atendimento, tem apenas uma chance em 20 de sair vivo. Todavia, com o auxílio da EPR, os médicos ganham minutos (ou até horas) para realizar os procedimentos., colaborando para seu sucesso.

Funciona dessa forma: quando a temperatura alcança algo entre 10 ºC e 15 ºC, a respiração e os batimentos cardíacos se reduzem a um patamar mínimo, indetectável sem auxílio de aparelhos. Em outras palavras, o organismo funcionar como nos vídeos em câmera lenta. É como se desse uma pausa no aparelho, em vez de teclar o stop. 

Depois da cirurgia, os médicos reaqueceriam o corpo do paciente, a fim de colocar o coração em seu batimento normal. A experiência realizada com porcos deixaram os pesquisadores otimistas, uma vez que os animais retornaram à vida três horas depois, não apresentando efeitos colaterais graves.

App ajuda pacientes cardíacos em aderência a medicamentos

O uso da tecnologia está transformando a Saúde. Não apenas com o auxílio de máquinas diagnósticas e robôs cirúrgicos, como também em simples aparelhos utilizados diariamente. Dessa maneira, o Hospital Samaritano Higienópolis (São Paulo) estuda um aplicativo para avaliar seus benefícios em relação a pacientes cardíacos.

Os pacientes admitidos na unidade formam a base de um estudo científico, sendo selecionados com critérios de inclusão. Assim, 35% participam de um programa que analisa tais vantagens. Conforme revelou uma análise parcial do estudo, já houve um aumento de 15% na adesão medicamentosa.

Para o coordenador de cardiologia do Hospital Samaritano Higienópolis, Dr. Leandro Rubio, “o digital e a saúde nunca estiveram tão próximos e sendo utilizados para um resultado tão importante: a vida das pessoas”. Com toda a certeza, acrescenta: “Estamos utilizando a tecnologia para melhorar a qualidade de vida dos pacientes”.

Do mesmo modo, o cardiologista e líder do estudo, Dr. Thiago Liguori, ressalta que o objetivo do estudo é avaliar se os participantes que receberem a intervenção de saúde digital móvel através do aplicativo para smartphone terão maior aderência medicamentosa se comparado aos cuidados convencionais.

Segundo a European Heart Journal, a adesão ao medicamento pode reduzir o risco de infarto em 20%.

Imunoterapia: esperança para pacientes com câncer avançado na próstata

Um amplo estudo clínico foi realizado pelo Institute of Cancer Research e pela Fundação Royal Marsden (Reino Unido), a fim de testar um medicamento de imunoterapia. Conforme os resultados da Fase II revelaram, a droga pode ser eficaz em alguns homens com câncer de próstata avançado.

Segundo a pesquisa, um em cada 20 homens com câncer de próstata avançado respondeu ao medicamento pembrolizumabe de forma positiva. Assim, seus tumores diminuíram ou desapareceram por completo.

Embora o número possa ser visto como relativamente pequeno, constatou-se que alguns pacientes ganharam anos extras de vida. Além disso, outros 19% apresentaram alguma evidência de melhora.

Ao mesmo tempo, é importante ressaltar dois pontos. Primeiramente, a maioria dos pacientes viveu em média oito meses usando o medicamento. Em segundo lugar, os 258 homens com câncer de próstata avançadoque participaram da pesquisa não respondiam mais a outras opções de tratamento.

O trabalho foi publicado no “Journal of Clinical Oncology”. Embora tenha recebido um prognóstico pessimista antes do tratamento, uma pequena parcela dos participantes permaneceu bem mesmo após o término dos testes.

Além disso, antes da publicação científica, foi anunciado que o pembrolizumabe se mostrou eficaz no tratamento de câncer de cabeça e pescoço avançado.

As respostas mais satisfatórias foram observadas em pacientes cujos tumores apresentavam mutações nos genes envolvidos na reparação do DNA.

Como resultado, os cientistas investigam agora se esses pacientes podem se beneficiar mais da imunoterapia em um ensaio clínico mais amplo. Entretanto, antes de mais nada, será preciso realizar testes, a fim de identificar quais deles responderão melhor pembrolizumabe.

Afinal, o que é imunoterapia?

A imunoterapia utiliza o próprio sistema imunológico para reconhecer e atacar as células cancerígenas. Dessa maneira, já é usada como tratamento padrão para alguns tipos de câncer, como, por exemplo, os melanomas. Além disso, também é testada como medicamento para múltiplas formas de câncer.

A imunoterapia parte da premissa de que o desenvolvimento de um câncer reduz a atividade do sistema imunológico. Como as células cancerosas tumorais não são reconhecidas por ele, começam a se multiplicar de forma descontrolada.

Com o propósito de superar isso, os cientistas descobriram formas para reverter o processo. Em outras palavras: ajudando o sistema imunológico a reconhecer as células tumorais e, com isso, estimular o aumento de sua sua resposta. Dessa maneira, pode provocar a morte das células “invasoras”.

Retrospectiva medicina e saúde 2019

Venda de produtos à base de Cannabis

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a venda de produtos à base de Cannabis, popularmente conhecida como maconha. Entretanto, isto só poderá acontecer mediante prescrição médica.

Com isso, os produtos à base de Cannabis poderão ser comercializados nas farmácias. Todavia, o cultivo em solo brasileiro foi rejeitado. Assim, os fabricantes que optarem por fabricar o produto deverão importar o substrato da planta.

Brasil um remédio de ação semanal contra o diabetes

Finalmente chegou ao Brasil um novo tratamento para o diabetes tipo 2 , o medicamento semaglutida, com uma aplicação injetável a cada semana. Com isso, espera-se melhorar o controle glicêmico juntamente com a dieta e a prática regular de exercícios.

Além da grande missão de domar a glicose, o medicamento promete reduzir o peso, oferecendo baixíssimo risco de hipoglicemia e ainda oferecer segurança do ponto de vista cardiovascular. Outro atrativo para o paciente é a frequência de sua aplicação.

Dessa maneira, facilita-se a adesão e o uso correto pelo paciente. Entretanto, é preciso observar um detalhe importante, pois trata-se de uma medicação injetável. Funciona dessa maneira: ela é aplicada via subcutânea por uma caneta, em um processo semelhante ao da insulina.

Os efeitos adversos não são comuns. Contudo, o que mais se destaca são as náuseas. Por isso, a dose da semaglutida deve ser aumentada gradualmente até se atingir o ideal para cada paciente.

Neurônios humanos recriados em laboratório funcionam

Pesquisadores de diversas partes do mundo desenvolveram um neurônio artificial feito de silício, que pode revolucionar trazer enormes avanços para a medicina. Conforme revela o estudo publicado na revista científica “Nature Communications“, a nova tecnologia poderá ser utilizada para aperfeiçoar, por exemplo, tratamentos de condições como Alzheimer e problemas cardíacos.

Os cientistas projetaram o chip com precisão. Com isso, o neurônio artificial poderá se comportar da mesma forma como as células do nosso próprio cérebro. Além disso, com um detalhe: funcionando somente com um bilionésimo da potência de um microprocessador.

Com toda a certeza, a tecnologia possibilitará o desenvolvimento de implantes médicos e outros dispositivos bioeletrônicos que não só simulam o funcionamento dos neurônios, como também os reproduzem.

Justiça suspende regra do CFM sobre gestantes

A Justiça Federal concedeu uma liminar suspendendo parte de uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que permitia intervenções médicas não emergenciais a gestantes, mesmo contra a sua vontade. O Conselho ainda pode recorrer desta decisão.

Dessa maneira, ficam suspensos, após ação do Ministério Público Federal (MPF), o parágrafo 2º do artigo 5º, e os artigos 6º e 10º da Resolução CFM 2232/2019.

Conforme dispositivo publicada em setembro no Diário Oficial da União, todo paciente “maior de idade, capaz, lúcido, orientado e consciente” pode optar pela “recusa terapêutica” para “qualquer tratamento eletivo”. Isto, desde que não haja risco para a saúde de terceiros ou doença transmissível.

Todavia, a resolução determinava que as mulheres grávidas também estariam nesta lista de exceções. Com isso, o CFM apontava que a recusa de uma grávida “deve ser analisada na perspectiva do binômio mãe e feto, podendo o ato de vontade da mãe caracterizar abuso de direito dela em relação ao feto.”

Ação do MPF

Porém, o Ministério Público Federal manifestou através de nota oficial que a norma do CFM contrariava o direito de escolha das gestantes. Da mesma forma, questionou o Código de Ética Médica, uma vez que estabelecia a imposição de tratamentos não emergenciais.

Os promotores argumentaram, também, que “a coação das pacientes em situações que não envolvam riscos à vida ou à saúde pode caracterizar crime, tipificado no artigo 146 do Código Penal.” Conforme a resolução derrubada pela Justiça, os médicos poderiam ignorar decisão de grávidas em caso de “abuso de direito” da mãe sobre o feto.

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