O que são interações medicamentosas? Com toda a certeza, no momento em que você está ouvindo as queixas do paciente, já pensa na medicação que será preciso prescrever para o tratamento. E, havendo a necessidade de receitar dois ou mais medicamentos, terá que se precaver com relação a possíveis interações.

Pensando nisto, a ProDoctor Software elaborou este post, a fim de que você esteja muito bem informado sobre o tema. E não deixe de conferir o aplicativo Medicamentos, fonte de consulta ideal e confiável, integrado ao ProDoctor, que apresenta as informações sobre interação fornecidas pelo próprio laboratório na bula original.

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Neste post você saberá mais sobre os seguintes temas:

  • O que são interações medicamentosas?
  • Tipos mais comuns
  • Grande risco
  • Fármacos com interações potencialmente perigosas
  • Interações medicamentosas na pandemia
  • Porque o médico deve conhecer bem as interações medicamentosas
  • Atualização permanente
  • Interações fármaco-nutriente
  • Efeitos no metabolismo e na absorção
  • Suplementos alimentares
  • Riscos de interações medicamentosas nas automedicações

O que são interações medicamentosas?

As interações medicamentosas são um evento clínico que pode ser provocado de diferentes formas. Ou seja: entre medicamento-medicamento, medicamento-alimento ou medicamento-drogas, aqui abrangendo o álcool, o cigarro e as drogas ilícitas.

Sua característica é a interferência de um medicamento, alimento, ou droga na absorção, ação ou eliminação de outro medicamento. Dessa maneira, é fundamental que o médico, ao fazer a prescrição, tenha conhecimento se o paciente está utilizando algum outro medicamento, uma vez que um pode interferir nos efeitos do outro, tanto diminuindo os efeitos desejados, quanto aumentando as reações adversas.

Tipos mais comuns

Os quatro tipos de interações medicamentosas são:

  • Medicamento-Medicamento – É quando dois medicamentos são usados juntos, podendo diminuir seus efeitos ou aumentar as reações adversas. Só para ilustrar: o alendronato de sódio deve ser administrado pelo menos uma hora e meia antes do cálcio, a fim de impedir que seu efeito diminua.
  • Medicamento-Alimento – Cada medicamento tem observações específicas, pois sua absorção pode sofrer interferência direta de alguns alimentos. Dessa forma, é preciso que você oriente o paciente para ingerir o remédio prescrito com o estômago cheio ou vazio. Além disso, alguns produtos, como por exemplo leite, refrigerante e café, podem prejudicar seu efeito no organismo. Com o propósito de evitar este tipo de interação, oriente o paciente para tomar a medicação sempre com água.
  • Medicamento-Bebida alcoólica – Conscientize o paciente para não usar bebidas alcoólicas quando for utilizar a medicação prescrita. Se acaso receitar o Paracetamol, faça o alerta, pois o álcool pode aumentar a toxidade hepática do remédio. A interação pode provocar problemas no fígado do paciente.
  • Medicamento-Exame laboratorial – Também é importante informar ao paciente sobre como proceder quando for realizar um exame laboratorial. É necessário relatar se está fazendo uso de algum medicamento, uma vez que isto pode influir no resultado do exame.

Grande risco

Alguns medicamentos também podem provocar reações contrárias, se acaso forem administrados com certos tipos de alimentos e bebidas. Você deve alertar, por exemplo, que remédios para controlar a pressão não devem ser administrados próximos de alimentos muito gordurosos, como chocolates, queijos e embutidos.

Além disso, a combinação de chá de ginseng com anti-inflamatórios pode provocar dores de cabeça e ainda tornar a noite de sono problemática. Com toda a certeza, misturar medicamentos com bebidas alcoólicas é uma das interações mais perigosas. Não apenas impedindo o efeito desejado no tratamento, como também potencializando as chances de uma reação contrária.

Fármacos com interações potencialmente perigosas

Algumas combinações são bastante perigosas, tanto entre dois medicamentos quanto entre um medicamento e outra substância, seja ela um alimento ou uma bebida. Podem ser, por exemplo: entre um antibiótico e um anticoncepcional; aplicação de insulina junto com o consumo de álcool; utilizar ao mesmo tempo o medicamento Paracetamol com anti-inflamatórios; e, ainda, broncodilatadores junto com cafeína, ou ingerir antiácido com antibiótico.

O médico, ao fazer uma prescrição, deve alertar seus pacientes para estes e outros riscos. Confira algumas combinações perigosas.


Veja quais são as 40 interações medicamentosas mais frequentes durante a pandemia, conforme o site do ICTQ.


Porque o médico deve conhecer bem as interações medicamentosas

É de suma importância transcrever para o prontuário do paciente todos os medicamentos utilizados. Não só os que receitou, como também os prescritos por outros profissionais. Além disso, é importante ter conhecimento acerca do consumo de produtos herbáceos e suplementos nutricionais. 

Pergunte a cada paciente questões relevantes sobre sua alimentação e se tem o hábito de consumir bebidas alcoólicas. A recomendação é que se prescreva o menor número de fármacos, com as doses mais baixas e pelo menor tempo possível.

Ao fazer a prescrição, o médico deve esclarecer sobre os efeitos, desejáveis e indesejáveis, de todos os medicamentos indicados para o paciente, uma vez que esses, geralmente, estão relacionados com as interações medicamentosas.

Dessa maneira, o conselho dado por especialistas é de que se utilize medicamentos com uma boa margem de segurança, com o intuito de evitar qualquer tipo de interação imprevista que possa provocar uma intoxicação.

Além disso, o profissional precisa atentar para as reações adversas, principalmente, se acaso fizer mudanças no tratamento.

Interações medicamentosas exigem atualização permanente

Ao mesmo tempo, o médico deve se manter atualizado com relação à literatura das interações medicamentosas, pois estas devem ser consideradas como possíveis causas de reações adversas inesperadas.

Por fim, é recomendável que o profissional esteja sempre afinado com um especialista em interações medicamentosas, com o intuito de ajustar a dose em busca do efeito correto, ou até mesmo  substituir o fármaco.

Interações fármaco-nutriente

O médico precisa atentar para o fato de que os alimentos podem não só aumentar, mas também retardar ou diminuir a absorção de fármacos. Assim, interferem negativamente na absorção de muitos antibióticos.

Só para exemplificar: as dietas hiperproteicas podem aumentar o metabolismo de determinados medicamentos pela estimulação do citocromo P-450. Da mesma forma, as dietas que modificam a flora bacteriana podem afetar o metabolismo de determinados fármacos.

Além disso, alguns alimentos afetam a reação do organismo aos fármacos. Um exemplo bastante citado por especialistas é a tiramina (componente de determinados queijos), que é um potente vasoconstritor e pode provocar crises hipertensivas em pacientes que fazem uso de inibidores da monoaminoxidase.

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Efeitos no metabolismo e na absorção

Outros pontos de grande relevância precisam ser avaliados pelo profissional. Primeiramente, as deficiências nutricionais do paciente, pois estas podem prejudicar não só o metabolismo, bem como a absorção dos medicamentos.

Por exemplo, a deficiência de cálcio, magnésio ou zinco pode agir de forma negativa no metabolismo dos medicamentos. E a deficiência de vitamina C diminui a atividade de fármacos metabolizados por enzimas, principalmente em idosos. Além disso, inúmeros medicamentos influenciam no apetite, na absorção dos alimentos e no metabolismo tecidual.


Leia também:
Efeitos de alguns fármacos sobre o apetite, a absorção dos alimentos e o metabolismo.
Possíveis efeitos dos fármacos no metabolismo de minerais
Possíveis efeitos dos fármacos na absorção ou no metabolismo das vitaminas.


Suplementos alimentares

Em segundo lugar, ressaltamos os suplementos alimentares, com uso crescente tanto pela Medicina Complementar quanto pela Medicina Alternativa. A primeira abrange práticas não convencionais utilizadas junto com a medicina convencional. Por outro lado, a segunda diz respeito às práticas não convencionais utilizadas em vez da medicina convencional.

Os suplementos alimentares estão disponíveis no mercado e têm preços mais acessíveis. Além disso, para comprá-los, não existe a necessidade de uma consulta médica.

Nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA) regula os suplementos alimentares de forma diferente dos fármacos. O órgão, responsável pelo controle de medicamentos (a exemplo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa no Brasil), regula o controle de qualidade e o método adequado de fabricação. Todavia, não controla a padronização dos ingredientes ativos ou sua eficácia.

Riscos de interações medicamentosas nas automedicações

Sim, o médico precisa cercar-se de cuidados quando há necessidade de iniciar um tratamento que exija mais de um tipo de medicamento. Além disso, deve sempre orientar seus pacientes acerca do risco da automedicação, principalmente quando utilizarem mais de um fármaco. Alguns riscos para relembrar ao paciente:

  • Os medicamentos podem não ter efeito
  • O paciente pode ter dores no estômago
  • Também pode sentir tontura e ficar com a sensação de confusão mental
  • Pode ter a sensação de que seus reflexos ficaram lentos
  • As mulheres que estiverem no período menstrual podem ter um aumento no sangramento
  • O paciente pode apresentar taquicardia, com aumento na pressão arterial
  • Por fim, pode haver alteração no humor, como irritabilidade ou sentimentos depressivos.

Resumo

Acreditamos que você está suficientemente embasado para não correr riscos. Portanto, coloque o seu conhecimento médico e científico em marcha com tranquilidade. Dessa maneira, repassará a confiança necessária para que o paciente esteja disposto a colaborar com o intuito de obter sucesso no tratamento.