“Sob Pressão”, a série médica exibida às terças-feiras pela Rede Globo, encerrou sua primeira temporada obtendo grande aceitação dos telespectadores e no próximo ano deverá ter 12 capítulos.
No dia 19, o último episódio trouxe o desfecho de duas situações-limite para seus principais protagonistas.
De um lado, o cirurgião chefe da equipe, Dr. Evandro (Julio Andrade), finalmente conseguiu provar sua inocência na morte da esposa Madalena (Natalia Lage), que não resistiu à cirurgia feita por ele no Episódio 1.
De outro, a cirurgiã vascular Carolina Furtado (Marjorie Estiano) acertou as contas com o pai José Luiz (Luis Melo), que abusava dela quando criança.
Saiba mais sobre a produção da série “Sob Pressão”.
Capítulos anteriores
Primeiro episódio de Sob Pressão
Segundo episódio de Sob Pressão
Terceiro episódio de Sob Pressão
Quarto episódio de Sob Pressão
Quinto episódio de Sob Pressão
Sétimo episódio de Sob Pressão
Oitavo episódio de Sob Pressão
Enquanto o hospital do subúrbio do Rio de Janeiro vive sua rotina de dificuldades, inclusive com a falta de sangue e de oxigênio, Evandro e Carolina se reaproximam e cada qual tenta se livrar dos fantasmas do passado.
A situação chega a ser insustentável e Samuel, o diretor da instituição personificado por Stepan Nercessian, não se importa em comprar bombinhas de oxigênio com o preço cinco vezes acima do praticado no mercado. Em nome de salvar vidas, faz vista grossa para o superfaturamento.
O pai de Carolina, depois de ser denunciado por ela pelos abusos cometidos também contra outra mulher (Episódio 7), está atrás das grades. Mas, faz chegar à filha o recado de que tem algo a dizer sobre sua mãe. Então, ela vai visitá-lo e o que se vê é uma cena de alta carga dramática e emotividade, proporcionando um banho de interpretação dos dois atores.
– Você não vai me dar bom dia?
– Você disse que tinha uma coisa para falar sobre a morte da minha mãe. O que que é?
– Carolina, se me condenarem, eu posso morrer dentro de uma cadeia.
– Isso é problema seu.
– Mas você pode retirar a acusação, dizer que falou um monte de mentiras, que “tava” com raiva.
– Não falei mentira nenhuma.
– Falou, falou que eu pegava você à força.
– É verdade!
– Mentira!
– Eu era uma criança.
– Nem tanto.
– Eu tinha doze anos.
– Parecia mais, Carolina, você gostava, vai dizer que não…
– Eu tenho nojo de você. Você é um doente (Chorando). Eu não acredito que você teve coragem. Você disse que tinha uma coisa para falar sobre a minha mãe.
– Você acha que a sua mãe era uma santa, né?
– Você vai falar mal da minha mãe? Você me chamou aqui para falar mal da minha mãe? Ela foi a única pessoa que me amou. E se ela soubesse o que você fazia comigo, ela tinha te matado.
– Você acha?
– Eu tenho certeza.
– Ela sabia de tudo. Ela sempre soube.
– Mentira!
– Num apartamento igual ao nosso, depois de tantos anos. É claro que ela sabia.
– Cala a boca!
– Na primeira vez que ela viu, ela ameaçou ir embora, lembra? Ela arrumou as malas.
– Lembro.
– Mas ficou. Aonde ela ia? Ela não tinha onde cair morta. Depois começou a fingir que não via, mas ela sabia, ela era uma fraca e é por isso que ela se matou.
– É mentira!
– Todo mundo sabia, mas ninguém falava nada. Aquela família de m… da sua mãe dependia toda de mim e todo mundo tinha medo. Filha, me tira daqui, sou seu pai, sou a única pessoa que você tem.
As revelações feitas pelo pai são tão intensas que afetam o emocional da médica, prejudicando seu desempenho durante uma cirurgia. E ela erra feio, tendo que ser auxiliada.
Um dos momentos mais esperados na série era o julgamento do Dr. Evandro, que somente conseguiu provar sua inocência com a intervenção do Dr. Rafael (Tatsu Carvalho), que era amante de Madalena e prestou seu depoimento mesmo com a recusa de Evandro em receber ajuda do colega.
Tudo caminhava contra o cirurgião chefe, fazendo crer que seria condenado, até que Rafael surpreendeu a todos.
– O laudo do grafologista foi inconclusivo, o senhor não tem como provar – disse o presidente do Comitê de Ética.
– Não tenho – concordou o abatido Dr. Evandro.
– O senhor sabe que, dependendo da avaliação desse Comitê de Ética, o senhor pode perder o direito de exercer a Medicina definitivamente, não sabe?
– Sei.
– O senhor tem mais alguma coisa a acrescentar?
– Não, não tenho.
É quando o Dr. Evandro interrompe:
– Eu tenho. O Evandro não sabia que a Madalena estava grávida.
– Quem é o senhor? – questionou a mãe de Madalena, D. Eugênia de Carvalho (Carla Ribas).
– Sou o doutor Rafael, neurocirurgião, trabalho com o doutor Evandro.
– O senhor vai defender o seu colega mesmo sabendo que ele matou minha filha?
– O Evandro não tem nada a ver com o aborto.
– Como é que o senhor sabe disso?
– Ele me contou. A Madalena achava, ela achava que era possível que esse filho fosse meu. O Evandro não sabia da gravidez.
Evandro fica livre da acusação feita pela mãe de Madalena, D. Eugênia de Carvalho (Carla Ribas). Terminado o julgamento, do lado de fora da sala de audiência, Evandro e D. Eugênia se abraçaram em lágrimas.
Feliz, ele decide preparar um jantar de surpresa para Carolina e liga várias vezes. Ela não atende e, sem saber o que está acontecendo, ele resolve ir direto ao apartamento.
A esta altura, Carolina, no auge do desespero, já colocou sua vida em risco ao se cortar dentro de uma banheira. Ela desfalece, a água transborda já colorida pelo vermelho do sangue saído dos pulsos.
Evandro chega ao prédio e no corredor, quando se aproxima da porta, a chama sem obter resposta. Abre o vitral e observa uma poça de sangue no chão. Aturdido, ele arromba a porta e invade o apartamento, deparando-se com um quadro desesperador.
Em pânico, leva Carolina em estado gravíssimo ao hospital, onde mais uma vez se depara com a mulher que ama na mesa de cirurgia, entre a vida e a morte, precisando agir para salvá-la.
Seu esforço para reanimá-la com a massagem cardíaca é recompensado e então ela é operada, enquanto ele vai para o fundo da sala junto com Samuel para aguardar o resultado. O diretor do hospital fala para ele ir descansar, mas ele fica sentado no chão e diz que não abandonará Carolina, pois ela jamais abandonou um paciente.
Depois, no leito, ele a observa e conversam:
– Está tudo bem? Há quanto tempo eu estou aqui? Ele conta de uma promessa que fez: que se ela se curasse e ficasse bem, também ele ficaria. Ela responde que sim, ele ficaria bem.
– Desde ontem. Eu fui até a sua casa e encontrei você.
– Você me salvou.
– Eu fiz uma promessa.
– Promessa?
– É, que se você ficasse bem, eu ia ficar bem também.
Dr. Evandro e Dra. Carolina estão em paz com o passado. Beijam-se no apartamento dela. De madrugada, ela acorda ouvindo gemidos. O médico tem uma crise de abstinência por ter deixado de tomar os remédios aos quais recorria nos momentos de dor, angústia e apreensão.
Ela fica ao lado dele e diz que até pensou em buscar um, mas não levou a ideia adiante. E pergunta para ele se quer que ela pegue um medicamento. Ele diz que não e permanecem abraçados.
Carolina se restabeleceu completamente, assim como Evandro. E ficou sabendo do convite que ele recebeu para trabalhar em um hospital de primeiro mundo, com direito a cirurgias feitas por vídeo, utilização de aparelhos de ressonância magnética, tomografia e diversas outras engenhosidades proporcionadas pela tecnologia.
Antes da tentativa frustrada de Carolina, ele atendeu prontamente um jovem que sofrera um ataque epilético dentro de um mercado. O rapaz contou para o pai, dono do hospital para o qual Evandro foi convidado para trabalhar.
Carolina dá uma carona para Evandro, agora em um hospital com todos os recursos para atender os pacientes. Ela segue para a rotina de dificuldades no hospital de Cascadura.
Passam-se os dias e o Dr. Evandro recebe elogios pelo desempenho, que ele minimiza, lembrando das facilidades para realizar uma operação: “Com esse equipamento aí fica fácil, até uma criança opera”.
Certo dia, no hospital do subúrbio, Samuel convoca todos para um grande esforço, pois um grave acidente de trem aconteceu nas imediações.
Do outro lado da cidade, Evandro fica sabendo e toma uma decisão, mesmo tendo uma cirurgia marcada e sendo alertado por uma funcionária, que pergunta se ele volta. O Dr. Evandro não responde. E toma a direção do seu destino: Cascadura, Carolina, Samuel, o anestesista Amir, Rafael, Décio, as enfermeiras Kelly e Jaqueline, o sr. Rivaldo, a hipocondríaca D. Dercília e todas as dificuldades para trabalhar. E seu imenso amor pela Medicina.
Quando chega e é avistado por Carolina, ela diz: “Só faltava você”.
No mês do “Setembro Amarelo”, a última cartela do programa deixou um alerta: Você não está sozinho. Ligue 141. Serviço de Prevenção ao Suicídio.