O 2º Episódio da série Sob Pressão foi ao ar na noite de 1º de agosto pela Rede Globo. À margem dos problemas rotineiros enfrentados pelos profissionais de um hospital público do subúrbio do Rio de Janeiro, a trama adquiriu contornos de romance com o envolvimento entre o Dr. Evandro (Julio Andrade), cirurgião-chefe da equipe médica, e a Dra. Carolina Furtado (Marjorie Estiano), cirurgiã vascular.
Dra. Carolina encontra na religião um apoio para vencer com sua eficiência e dedicação as dificuldades diárias no trabalho e as mazelas dos pacientes. Além disso, sua fé é um antídoto contra os fantasmas do passado que a perseguem.
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Julio e Carolina mergulham nas urgências do atendimento. Ele, com seu temperamento distante. Ela, sempre carinhosa e dando margem para que as pessoas falem sobre suas angústias. Apesar da dor de ter perdido a esposa na mesa de cirurgia, conforme mostrou o 1º capítulo da série, Evandro emite sinais de que sente algo especial por Carolina. Então, a aproximação se consuma.
Contar a história do relacionamento deles foi um desafio para os roteiristas da série, que decidiram mostrar que a vida particular de quem trabalha em um local como eles não poderia jamais ter uma vidinha simples, teriam que alimentar outra história para movê-los. Apesar de suas enormes diferenças, Julio e Carolina começam a viver o fogo da paixão e tentam se apoiar um no outro para conseguir resistir à dura rotina.
Evandro dá carona para Carolina após o trabalho, mas acaba levando-a para seu apartamento. Aí, descobre o grande segredo que atormenta a alma da médica. Ao vê-la despida, pergunta se as marcas em seu corpo foram provocadas por ela ou por outra pessoa. Carolina admite praticar o autoflagelo e justifica: “É difícil explicar porque a gente faz as coisas que a gente faz”. Segundo ela, o fato de provocar dor em si mesma é porque “a dor é real, é um aviso do mundo real… Ela existe, ela ocupa um espaço, a dor é muito melhor que nada”.
De origem simples, Carolina carrega uma história de superação diante da violência sofrida no passado, após descobrir os mecanismos dela para conviver com isso. E é capaz de viver a Medicina sob um prisma humanitário ao se interessar pelo doente e não pela doença. Quando Evandro diz que tem um amigo que é psiquiatra e a instiga a procurá-lo, devolve a sugestão, deixando claro que não é apenas ela que necessita. “Não é só eu que tenho cicatriz”, afirma.
Com o retrato da ex-mulher de Evandro nas mãos, diz para ele que todos no hospital sabem de sua entrega aos medicamentos de tarja preta depois que a perdeu, em suas mãos, na mesa de cirurgia. Diz que se preocupa com ele e que isso não vai trazê-la de volta.
O celular toca e Carolina, em vez de ir para casa, retorna para o hospital. A poucos metros de chegar, um carro para e um homem (Paulo Miklos) pede socorro porque sua filha desmaiou. Michele (Bruna Griphao) teve uma parada cardiorrespiratória devido à ingestão de remédios.
Carolina procura o pai da garota e o tranquiliza afirmando que foi feita uma lavagem gástrica para reverter o quadro. Ele logo tenta explicar que a filha é exagerada e que gosta de chamar a atenção, mas a médica reafirma que ela terá que permanecer em repouso, acrescentando para ele cuidar da cabeça da garota.
Antes de retornar para o trabalho, Evandro remexe nos pertences da falecida mulher, separa um vestido e, após recolher seus medicamentos do vício, joga-os todos no vaso sanitário. Dá descarga. E volta para o hospital, onde reencontra Carolina e a presenteia com a peça. “É estranho, é bem estranho, mas eu não sou normal. O vestido é meu”, ela diz. “Que bom que você gostou”, ele declara.
Mas, o mar de rosas acaba aí. Durante uma cirurgia, um dos assistentes se desespera e explode diante da necessidade de um tomógrafo com urgência. Na cena seguinte, Evandro trava um áspero diálogo com o diretor do hospital. Samuel (Stepan Nercessian) fala para ele apenas assinar o documento de compra de um tomógrafo que custa 16 mil e acaba saindo por 32. “Isto não vai acabar com a corrupção no Brasil, só vai matar gente”, diz Samuel, que garante conviver com tal realidade desde os tempos em que o cirurgião estava nos bancos da faculdade.
Priscila, locutora da Maré Alta FM, rádio comunitária, teve um ataque e havia sido operada, mas corre o risco de perder a fala se o tumor se espalhar. Ela precisa de uma nova cirurgia, mas está convicta de que será curada pela Divina Providência. Quando Evandro vai vê-la, depara-se com o Dr. Ubiratan fazendo uma cirurgia espiritual em uma cena de imposição das mãos. Ela discute com Evandro, dizendo que o Espírito Santo a salvará. E ele responde assegurando que ela precisa ser operada através da Medicina.
Na cena seguinte, Michele acorda do repouso e, ao ser avisada, Carolina vai vê-la. Conversa, a menina chora. O pai da garota entra gritando e, antes que a médica consiga controlá-lo, a jovem se livra do soro, sai da cama e corre para a janela. E pula. É socorrida às pressas e levada para a cirurgia. Ressurge a necessidade do tomógrafo. Ato contínuo, Evandro corre para a sala do diretor Samuel, toma a caneta de seu bolso, assina o papel da documentação exigida para liberação do tomógrafo e pergunta onde está o aparelho. E em seguida é visto procurando remédios tarja preta e cedendo ao vício.
Carolina comunicou ao pai que Michele está viva. Secamente. Está muito desconfiada de que algo muito grave está por trás da tentativa de suicídio. Sabe que ela vai ficar bem, mas se preocupa, pois o olhar de terror da menina quando viu o pai está grudado na sua cabeça.
– O jeito que ela olhou para o pai dela. Ela olhou com pavor. Eu já senti isso. Difícil explicar. A gente vai ter que fazer alguma coisa – diz para o Dr. Evandro.
A médica conversa ternamente com Michele. Precisa saber o motivo que a levou a pular da janela. Desconfia que o pai cometeu algo muito grave contra ela. “Se ele abusou de você, tem que me contar”, afirma, confessando que “eu fui abusada pelo meu pai e eu não tive coragem. Você pode usar essa força para denunciar ele”. Então, Michele finalmente revela seu drama: “Eu nunca mais quero ver meu pai”. Após a realização do exame de corpo de delito, ele é levado para a delegacia.
Em uma cena hilária, para quebrar a tensão, uma pomba, providencialmente encomendada pelo Dr. Evandro, sobrevoou a cama de Priscila e ela finalmente decide passar pela cirurgia. “Seria um sinal?”, ela pergunta para o Dr. Evandro, que credita a façanha ao Divino Espírito Santo. Quando ele recebe a notícia de que o tomógrafo chegou, é visto repassando uma gorjeta para Barão, o “agente” da Divina Providência, que foi eficiente e cirúrgico ao liberar a pomba.
Na cena final do episódio surge a cartela: ABUSO SEXUAL INFANTIL É CRIME. DENUNCIE. LIGUE 100. DISQUE DIREITOS HUMANOS.