Você sabe como fazer o descarte de lixo hospitalar de maneira correta? Desinformação e apego a costumes populares colaboram para que os resíduos hospitalares não sejam eliminados corretamente. Todo material utilizado em hospitais, clínicas, consultórios, postos de saúde, centros de pesquisa, laboratórios de farmacologia e necrotérios, dentre outros estabelecimentos, precisa receber atenção especial antes de ser descartado. O descarte irregular pode provocar sérios danos aos seres vivos e ao meio ambiente.
O risco de contaminação é muito grande. Determinados materiais podem provocar e disseminar doenças, alterando o solo e a água. De acordo com especialistas a estimativa é de que de 1% a 3% das 150 mil toneladas de resíduos diários sejam compostos por materiais provenientes de unidades de saúde. No Brasil, estes estabelecimentos devem promover o descarte de lixo hospitalar de forma correta seguindo as determinações regulamentadas e inspecionadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
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Para fazer o descarte de lixo hospitalar é preciso seguir as determinações da Agência Nacional de Vigilância Sanitário. Você pode acessar a cartilha de descarte de lixo hospitalar clicando aqui!
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No Brasil, os estabelecimentos de saúde ainda possuem muita dificuldade para seguirem as normas estabelecidas pela Anvisa e pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e fazer o descarte de lixo hospitalar de forma correta. Apenas cerca de 60% de todo o lixo infectante recebe tratamento adequado, sendo eliminado corretamente. A não observância das normas, com a adoção de procedimentos técnicos adequados no manejo dos diferentes tipos de resíduos, pode representar grave ameaça à saúde humana e ao meio ambiente.
Representam sérios riscos os materiais biológicos contaminados com:
Confira na íntegra as determinações da Anvisa, aprovadas na Resolução RDC n.º 33, de 25 de fevereiro de 2003
Os resíduos hospitalares devem ser devidamente separados: materiais especiais, gerais e infecciosos. A Anvisa estabeleceu regras nacionais sobre acondicionamento e tratamento do lixo hospitalar. Essas regras vão desde sua origem até o destino final, abrangendo aterramento, radiação e incineração. A determinação tem como meta evitar danos ao meio ambiente e prevenir acidentes que possam atingir profissionais que trabalham diretamente nos processos de coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação desses resíduos.
Conforme estudo realizado pelo Hospital Albert Einstein (São Paulo), o maior risco ambiental a partir do descarte de lixo hospitalar é representado pela presença de agentes biológicos, como sangue e derivados, secreções e excreções humanas, tecidos, partes de órgãos e peças anatômicas. Além destes, o estudo também enumera os resíduos de laboratórios de análises e de microbiologia, de áreas de isolamento, de terapias intensivas e de unidades de internação, bem como os materiais perfurocortantes.
A entrada desses materiais em contato com o solo ou a água pode provocar sérias contaminações no ambiente. Pode comprometer, ainda mais, caso o material contaminado atinja rios, lagos e até mesmo lençóis freáticos. Isso, porque ganhará maiores proporções ao se disseminar com maior rapidez. Isso acaba prejudicando os seres vivos que entrarem em contato com essa água.
A separação do lixo infectante do restante do lixo hospitalar é obrigatória. Da mesma forma, deve ser atendida a determinação do Conama, com o treinamento de funcionários para esta função. Todavia, não existe um conhecimento acerca da efetiva separação e destinação de tal tipo de lixo pelos milhares de hospitais.
O estudo realizado pelo Hospital Albert Einstein revela que a incineração do lixo infectante é adotada, mesmo com o conhecimento de que tal prática resulta na formação de cinzas contaminadas com substâncias nocivas à atmosfera, como as dioxinas e os metais pesados. Isto provoca o aumento da poluição do ar, em um processo que acaba gerando emissões que podem ser mais tóxicas do que os produtos incinerados.
Por outro lado, a esterilização é considerada uma alternativa válida e importante. Contudo, o elevado custo da operação faz com que seja pouco utilizada. Outra opção também considerada válida é a colocação do lixo infectante em valas assépticas. Estas contam com a desvantagem de necessitar de grandes espaços e de uma rigorosa fiscalização.