As emoções da série médica “Sob Pressão” cresceram de forma avassaladora com as revelações do 8º Episódio da série Sob Pressão na terça-feira (12). Textos fortes e cenas de grande tensão em torno de abuso sexual e traição ganharam maior dramaticidade com a interpretação de atores que encarnaram bem suas personagens. E os telespectadores aguardam o desfecho para os destinos do cirurgião chefe Evandro Moreira (Julio Machado) e da cirurgiã vascular Carolina (Marjorie Estiano)
Saiba mais sobre a produção da série “Sob Pressão”.
Capítulos anteriores
Primeiro episódio de Sob Pressão
Segundo episódio de Sob Pressão
Terceiro episódio de Sob Pressão
Quarto episódio de Sob Pressão
Quinto episódio de Sob Pressão
Sétimo episódio de Sob Pressão
Veja o que aconteceu no 8º Episódio da série Sob Pressão
Desespero e revolta
Já no desenrolar da cena inicial, o desespero tomou conta do Dr. Evandro, depois que uma menina deu entrada na emergência, vítima de bala perdida. Ela morre e o médico se revolta, dizendo que “dá vontade de desistir”. A criança estava andando de patins em frente de sua casa e foi atingida na aorta. O médico está inconformado e o neurocirurgião e parceiro Rafael tenta abrandar sua dor falando que “foi Deus quem quis”.
Diante da dor incontrolável, Jorge, o pai da menina, tem um surto quando fica sabendo e se joga contra a parede, caindo desacordado. Mais tarde, atendido por Evandro, não se lembra do acontecido, pois bateu muito forte com a cabeça, e pergunta pelas crianças. Evandro diz para a esposa que ela precisa contar, mas ela não consegue. Então, ele próprio cumpre a tarefa de dar a notícia para o pai. Com a ponta de seu canivete, Evandro coloca uma marca na porta, mais uma para contabilizar os óbitos durante o seu plantão.
Trabalho voluntário
um culto ao lado de seu pai, José Luiz (Luis Melo). Ela é recebida pela Igreja de braços abertos, como “irmã”. Ajudada pela enfermeira Kelly (Talita Castro), que faz trabalho voluntário, ela decide fazer atendimentos de prevenção para seus novos “irmãos” na comunidade vizinha, onde conhece Roberta (Olivia Torres), uma jovem que canta nas cerimônias.
Abuso sexual
Em uma cena subsequente, Carolina surpreende Roberta vendo seu vídeo na internet. A jovem tenta despistar rapidamente e pergunta se pode chamá-la de “irmã”. Ao abraçá-la, Carolina vê que ela tem uma grande marca roxa no braço, mas não diz nada e fica pensativa e desconfiada. Diante dos fiéis da comunidade, ela sempre procurou demonstrar ser forte e feliz com sua vida, mas, na realidade e longe dos olhos de todos, era constantemente violentada pelo pai da cirurgiã.
Mais tarde, Carolina vê o pai molestando a moça, mas não dá o flagrante. Prefere conversar em particular com a moça e o diálogo que se segue é duro e comovente:
– Você sabe que pode confiar em mim, não sabe? Você mesma disse que a gente agora é como irmã.
– Eu sei, mas está tudo bem.
– Mesmo?
– É. Seu pai é um homem muito bom, ele me tirou da rua. Se não fosse por ele, eu estaria pior. Todo mundo precisa de uma cama, de comida, de um lugar para morar.
– Deus não pede nada em troca, Roberta!
– Você nunca morou na rua, você não sabe o que está falando.
– Ele também abusou de você (pegando em sua mão). Se ele abusou, você tem que denunciar. É crime, entendeu?
– Denunciar? E para onde eu vou?
– Eu posso tentar te ajudar
– Pode (chorando). Como? Me cortando que nem você para os outros ver na internet? Por que você não denunciou? Você acha que eu não sabia?
– Eu era criança! Achei que ele tinha parado.
– Ele não parou. Ah!, mas deixa eu me proteger.
– Deus não faz tudo sozinho.
Conselho de Ética
De outro lado, durante a audiência no Conselho de Ética, Evandro é questionado pelas horas de plantão. Costuma trabalhar de 70 a 80 horas por semana, mas o presidente da sessão afirma que o normal, “a rigor seria 40, no máximo 60”, alertando para consequências, como a fadiga crônica, que “pode pôr a vida do paciente em risco”. Ele responde de imediato: “O que pode pôr a vida em risco é a falta de médico”.
Ainda sem entender o sentido das últimas palavras de Madalena pedindo desculpas, antes de falecer, ele é questionado sobre o uso de medicamento controlado e confirma o consumo de ansiolíticos por conta própria desde que ela morreu: “O nome da minha doença é saudade”. (A esposa morreu na mesa de cirurgia no Episódio 1).
Já a mãe de Madalena, D. Eugênia de Carvalho (Carla Ribas), explicou o motivo de ter pedido a sindicância e ressaltou que precisa saber a causa da morte, pois a filha estava triste e parecia preocupada, tendo voltado a fumar. Quando o médico que dirige a sessão diz entender a sua dor, retruca que ele não sabe como é na realidade: “A dor da perda de uma filha a gente sente com o corpo todo. Vou sentir para sempre”.
Diante da revelação de que Madalena estava grávida de aproximadamente 13 semanas e de que utilizou um medicamento abortivo, Evandro se exaspera: “Nunca assinei nenhuma receita”. O diretor da sessão pressiona, lembrando a existência da assinatura de Evandro com o respectivo CRM. “Alguém deve ter falsificado”, diz. É pedido o exame grafotécnico para comprovar a autenticidade da assinatura na prescrição.
Pressão sobre o neurocirurgião
Nem tudo, porém, está contra o Dr. Evandro, pois Samuel, o chefe do hospital interpretado por Stepan Nercessian, acredita na sua inocência. Do lado de fora, Samuel aperta o neurocirurgião Rafael (Tatsu Carvalho): “Se você não falar, eu falo”, acrescentando que “eles estão achando que o Evandro deixou a Madalena morrer de propósito.
Ele não sabia da gravidez, ele não sabia de remédio, mas você sabia”. Rafael confirma e destaca que contou porque confia nele. “E você acha melhor deixar ele ser condenado do que descobrir que você teve um caso com a Madalena?”, questionou. Rafael responde: “Como é que você acha que eu me sinto? Eu me apaixonei pela Madalena”. Samuel volta à carga e finaliza: “A Madalena está morta e o Evandro está se culpando por um problema que ele não fez. Se você não falar, eu vou falar”. Acusando a pressão, o neurocirurgião promete: “Eu vou falar, eu vou falar, sim”.
Confissão
Rafael se enche de coragem e procura o colega, que no início da conversa lhe pergunta se também ele acha que a culpa é dele, conforme todos estão achando. “Eu não assinei aquela receita, Rafael, se eu soubesse que ela estava tomando aquele remédio, eu tinha feito outra coisa. Eles estão achando que eu matei a mulher que eu amava, cara!”. O neurocirurgião responde: “Eu vou falar também, eu vou tentar explicar tudo isso”.
Evandro não vê como pode ser ajudado por ele e retruca: “Explicar o que, Rafael? Você é meu amigo, eles não vão acreditar”. Ficam cara a cara e, então, Rafael confessa que Madalena havia contado para ele sobre a gravidez e o medicamento abortivo. Incrédulo e abismado, Evandro ainda pergunta se eles se encontravam. “Ela não sabia se esse filho era seu ou se esse filho era meu. A gente…” Antes dele terminar a frase, Evandro se afasta. Rafael o chama para conversar duas vezes, mas a resposta do colega é um xingamento, seguido de um murro no queixo que deixa o neurocirurgião caído.
Denúncia
Durante o culto, Carolina pede a palavra e presta um contundente e emocionado depoimento, em sinal de agradecimento por ter sido muito bem acolhida e para “em troca ajudar as pessoas a enxergar com os olhos da verdade”. E revela, para espanto geral, que o amor que seu pai diz ter por ela “não tem nada a ver com o amor de Deus”. Resoluta, denuncia que desde os 7 anos de idade e até a adolescência ele se aproveitava sexualmente dela nos banhos, tocando-a de um jeito diferente e pedindo para que guardasse silêncio.
A médica contou que tinha medo que sua mãe descobrisse, passou a se sentir culpada e a se machucar, pois descobriu que sentia alívio e que os cortes que provocava em seu corpo tiravam sua angústia. “A culpa é desse monstro. Esse homem tem que ser preso ou ele nunca vai parar”, sentenciou.
“Abuso sexual é crime. Denuncie. Ligue 100. Disque Direitos Humanos.”
Para assisti as cenas do oitavo capitulo clique aqui.