Neste período de combate ao Coronavírus, a relação médico-paciente não apenas estreitou seus laços, como também tem despertado nos profissionais da área da Saúde a necessidade de lançar um olhar ainda mais humano sobre quem está sob seus cuidados.
Da mesma forma que os médicos carregam muitas dúvidas sobre a pandemia que varre o planeta, os pacientes demonstram medo e desconhecimento acerca da disseminação e dos perigos acarretados pelo vírus.
A ProDoctor permanece atenta e continua seu trabalho de divulgação acerca da pandemia, contribuindo assim para esclarecer e orientar. Neste post, abordaremos alguns pontos que norteiam o tema. Acompanhe:
- Relação médico-paciente
- E se for um médico desconhecido?
- Fragilidade exposta
- Pesquisa do Instituto Ipsus
- Telemedicina
- Conselho Federal de Medicina
- Cuidado, Doutor!
- Cuidados Paliativos
Relação médico-paciente
Para o paciente que deposita total confiança em seu médico, este é um momento crucial, uma vez que a crença em suas palavras e em seu diagnóstico é fundamental.
Portanto, se este paciente tiver plano de saúde e meios para conversar com o seu médico de confiança, com toda a certeza se sentirá muito mais tranquilo ouvindo suas orientações, encaminhamento e diagnóstico. Desse modo, poderá ser um alívio para seus temores e sua ansiedade.
Nesse sentido, os recursos tecnológicos fortalecem a relação médico-paciente. O contato pode ser estabelecido online, por exemplo, através dos smartphones, internet, WhatsApp e e-mail.
Para saber mais sobre a relação médico-paciente.
E se for um médico desconhecido?
Por outro lado, se acaso o paciente não tiver plano de saúde e tiver que enfrentar as dificuldades inerentes aos hospitais públicos, deve receber o mesmo tratamento humano, que lhe é devido por direito.
A relação médico-paciente tem como mote principal a confiança. Mais do que nunca, os profissionais da Medicina e da área da Saúde precisam dar uma dimensão ainda maior à humanização do atendimento.
Fragilidade exposta
A pandemia assusta e, nos hospitais públicos, os temores crescem na medida em que, antes de qualquer coisa, o paciente será atendido por um médico que, muito provavelmente, não conhece. Além disso, correndo os riscos de um ambiente muitas vezes cheio e carregado de estresse.
Dessa maneira, cabe a este profissional saber ouvir toda a história do paciente. Só para exemplificar: o médico, após ouvir atentamente, deve conversar com tranquilidade, sanando as dúvidas, explicando os sintomas, orientando como proceder para se prevenir e, havendo necessidade, encaminhando o paciente para que receba os cuidados necessários.
Em primeiro lugar, o médico deve prestar atenção na insegurança, no desconhecimento e na ansiedade dos pacientes, uma vez que a fragilidade é um traço marcante provocado pelo medo do Coronavírus.
Pesquisa do Instituto Ipsus
Recentemente, o Instituto Ipsus realizou pesquisa com 1.580 médicos do Brasil, Argentina, Colômbia e México, a fim de saber como avaliam o nível de conscientização dos pacientes com relação à pandemia. O trabalho abordou também outros países da América Latina.
Para os médicos, ficou evidente que existem muitas dúvidas da população acerca da pandemia. Entretanto, a relação médico-paciente, principalmente através das consultas online, tem possibilitado uma conversa mais ampla, a fim de que sejam feitos os esclarecimentos necessários.
Ficou evidenciado que, ao adotar medidas mais rígidas para restringir a presença das pessoas nas ruas, obtém-se um maior entendimento da população acerca da disseminação do Covid – 19.
Todavia, o grande problema dos números de casos é a subnotificação, pois provoca um distanciamento da realidade. Dessa maneira, os médicos perceberam que a subnotificação pode influenciar no sentimento dos pacientes, acreditando que não serão contaminados.
Telemedicina
A relação médico-paciente desconhece barreiras geográficas. Ainda que estejam em pontos distantes do planeta, a utilização de plataformas de Telemedicina permitem que os pacientes possam se consultar com seus médicos.
Em caráter excepcional, a Lei nº 13.989/20 entrou em vigor no dia 15 de abril, permitindo o uso da Telemedicina durante a crise causada pelo Coronavírus (SARS-CoV-2). Ela poderá ser adotada no Sistema Único de Saúde (SUS) e na rede privada.
Foram vetados o parágrafo único do artigo 2º e o artigo 6º. No primeiro caso, após o fim da pandemia, a matéria será regulamentada através de projeto de lei.
Por outro lado, o artigo 6º foi vetado porque garantia equivalência entre as receitas digitalizadas e aquelas assinadas digitalmente. Isso poderia colocar em risco a saúde da população, uma vez que que as receitas digitalizadas podem ser facilmente fraudadas. Dessa forma, ficam valendo apenas aquelas assinadas digitalmente.
Confira como proceder para implantar a Telemedicina.
Conselho Federal de Medicina
Alguns dias antes, o CFM permitiu o uso da teleorientação e o encaminhamento do pacientes em isolamento, o telemonitoramento e a teleinterconsulta. Assim, a comunicação médica poderá ser feita para o auxílio diagnóstico ou terapêutico.
Confira detalhes sobre Teleorientação, Telemonitoramento e Teleinterconsulta.
Cuidado, Doutor!
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou os governos adotar severas medidas de restrição. Dessa maneira o distanciamento social engloba, por exemplo, a redução da circulação e aglomeração de pessoas em ambientes públicos. Além disso destacou a importância da testagem dos casos suspeitos.
Para os profissionais da área da Saúde, as restrições da OMS objetivando sua proteção são ainda maiores. Só para exemplificar, veja a seguir:
- Uso de máscaras cirúrgicas e luvas descartáveis – O médico não pode abrir mão disto, esteja atendendo um paciente com ou sem sintomas do Coronavírus. Além disso, é obrigatório descartar a luva corretamente, tão logo esteja úmida. Dessa maneira, deve removê-la pela parte de trás, evitando arrancá-la com força para não espalhar gotículas no ambiente;
- Higienização permanente das mãos, usando água e sabão e/ou solução a base de álcool 70%;
- No caso de atender pacientes com sintomas respiratórios, como por exemplo tosse e espirros, deve se resguardar à uma distância de pelo menos um metro.
- É preciso destacar que, se possível deve ser evitado o contato físico com o paciente;;
- Todas as superfícies da área de atendimento, bem como os cômodos que acolherão não só profissionais, mas também pacientes, devem ser higienizados sumariamente. Só para exemplificar: banheiros, corredores e salas de espera.
- Da mesma forma, é necessário fazer a limpeza de interruptores, cadeiras, mesas, macas, camas, telefones. Recomenda-se o uso de água e detergente para o procedimento, em seguida o uso de soluções desinfetantes.
Da mesma forma, o CFM elaborou um Comunicado aos Médicos Brasileiros para o atendimento no Brasil. O texto aborda, entre outros pontos, questões relacionadas aos hospitais (públicos e privados) e aos consultórios.
CORONAVÍRUS: MEDIDAS DE PRECAUÇÃO PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE – Veja em nosso Blog.
Cuidados Paliativos
Com a tragédia do Coronavírus na ordem do dia, a questão dos Cuidados Paliativos retornou à cena. Embora não reconhecida como especialidade médica, seus adeptos estão trabalhando muito para combater os desafios diários impostos pelo Covid-19. Em meio aos médicos e às enfermeiras, mobilizam-se médicos adeptos dos Cuidados Paliativos, psicólogos e outros profissionais, que de maneira incansável se desdobram sobre as horas para proporcionar um apoio especial para todos que estejam à beira de sucumbir.
Em um cenário de guerra, não só no fortalecimento emocional dos pacientes, bem como dos médicos e funcionários dos hospitais. Os Cuidados Paliativos têm sido de grande importância para que médicos e enfermeiros, principalmente, possam ter momentos de relaxamento emocional, a fim de renovarem as forças durante sua extenuante jornada.
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Resumo
A relação médico-paciente se aprofunda com as exigências ditadas por uma pandemia ainda desconhecida. Mais do que nunca, a confiança continua como princípio básico do relacionamento, seja em uma consulta presencial ou através da Telemedicina. Mais do que nunca, os pacientes acreditam no olhar, na voz e nos conselhos do seu médico, que a partir de agora tende a ver cada paciente de uma forma ainda mais humana.