O Dia do Médico é referenciado por ser uma data consagrada pela tradição litúrgica da Igreja Cristã em homenagem a São Lucas. Embora não existam dados históricos comprobatórios acerca de seu nascimento, vida ou mesmo sua morte, conforme prega a tradição, São Lucas também exercia outras atividades como pintura, música e história. Contudo, acredita-se que o discípulo de Jesus teria estudado Medicina em Antióquia, cidade então considerada um centro de bastante relevância para a civilização helênica na Ásia Menor, hoje território pertencente à Síria. Foi quem escreveu o terceiro Evangelho e o “Ato dos Apóstolos” da Bíblia Sagrada, acreditando-se que, pelo seu estilo literário, provinha de uma família abastada.
Também a sua condição como médico é cercada de incertezas, uma vez que inexistem provas documentadas. Entretanto, dentre as Escrituras que remetem a São Lucas, sendo a principal conhecida como “A Epístola dos Colossenses”, São Paulo, seu grande amigo e de quem era discípulo, refere-se a ele como “Lucas, o amado médico” e “colaborador”. Para reforçar os argumentos, em outras de suas Escrituras, é possível identificar termos e palavras utilizadas por Lucas como sendo de caráter e interesse médico para aquele período histórico. E a Igreja considera isto uma prova relevante e aceitável de que Lucas era realmente um médico.
A Medicina é a ciência que investiga a natureza e a origem das doenças, cabendo ao profissional desta área trabalhar de modo a preveni-las, tratá-las, controlá-las e curá-las, preservando assim a saúde das pessoas. A palavra deriva do verbo latino mederi (curar e tratar).
Sua conduta ética e moral é regida pelo “Juramento de Hipócrates”, um médico da Grécia Antiga, que viveu entre os anos 460 a 377 a.C. e que é reconhecido como o Pai da Medicina Ocidental. Ao se formarem, os médicos declinam solenemente as palavras de um compromisso de fé e honra, prometendo integridade, humildade e profissionalismo ao longo de sua jornada.
Em linhas gerais, o Juramento atesta: “Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência”.
Não importam a data e o cenário. Os passos iniciais da ciência foram experimentais, baseado em técnicas primitivas e desenhos rupestres revelaram que já na pré-história o homem reconhecia algumas doenças e o efeito terapêutico de plantas curativas, além da influência do calor, do frio e da luz solar. A medicina moderna somente teria início e daria um belo passo com o estudo da anatomia humana: em 1543, o médico André Vesálio publicou “A Organização do Corpo Humano”, descrevendo em detalhes o corpo humano. Todavia, para conceber a obra, precisou usar a técnica de dissecação de cadáveres e, por isso, foi condenado à morte pela Inquisição.
Ao longo dos tempos, desde os primórdios, com suas técnicas rudimentares, até os dias atuais, a dedicação e o ideal sempre motivaram e moveram o trabalho do médico, na busca da cura, da minimização das dores de cada paciente e na incansável busca do conhecimento e do aperfeiçoamento científico. Acreditando no poder das descobertas e das invenções, no apuro da técnica aliada à entrega de uma missão por muitos encarada como sacerdócio.
Os anos passaram, muita coisa mudou e o progresso da Medicina acompanhou a evolução da sociedade, influenciada em muito pelos seus parâmetros e sob as luzes de Hipócrates.
Em 1829, foi criada a Academia Nacional de Medicina no Brasil, pelo Dr. Joaquim Cândido Soares de Meireles. Em suas instalações existe um pequeno museu e, entre seus itens em exposição, encontra-se o primeiro estetoscópio que chegou no Brasil. Foi no século XX que o País se projetou internacionalmente, quando se destacaram os cientistas Carlos Chagas, Vital Brazil, Oswaldo Cruz e Gaspar Viana.
Em todo o planeta, surgiram e se desenvolveram as especialidades, a começar pelas mais conhecidas e específicas, como a Pediatra, a Ginecologista, a Ortopedia e a Geriatria. Logo foram seguidas por diversas outras, como a Medicina Preventiva e dos Médicos Sanitaristas, empenhados no árduo trabalho de olhar com acuidade a saúde pública através de vacinas, soros, campanhas, condições sanitárias e outros problemas da população.
Aparelhos de última geração e com precisão infinitesimal e a Tecnologia da Informação são representantes exponenciais de todos os avanços alcançados e a cada nova descoberta vislumbra-se um Admirável Mundo Novo, facilitando e amparando o trabalho do médico em sua conduta para bem diagnosticar e tratar cada paciente.
Com isto, Ciência e Tecnologia caminham a passos largos para novas conquistas e aprimoramentos, com um foco maior na parte diagnóstica e na monitorização à distância, como a realização de eletrocardiogramas sem contato, esteja o paciente no carro ou em sua residência, sem ligação com nada. É o que deixam entrever inúmeros projetos em estado avançado de desenvolvimento e que podem significar um salto gigantesco em termos de prevenção. Um novo impulso para revolucionar a Medicina, com benefícios que vão desde o mais simples exame até a atenção especial para com os idosos. Se a tecnologia hoje se orgulha por disponibilizar a impressora 3D, permitindo, por exemplo, fazer medicamentos a baixo custo, de outro lado se impõe a necessidade de que a parte regulatória também acompanhe a caminhada por um futuro melhor em termos de saúde para toda a população.
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