Várias patologias, apesar dos estudos e das pesquisas de milhares de cientistas, continuam sem cura após o contágio.
No post anterior falamos sobre Aids, Esclerose Múltipla, Alzheimer e Parkinson. Confira agora outras quatro:
Câncer
A simples menção da palavra revela o temor e o estigma de uma enfermidade que carrega consigo mais de 100 doenças caracterizadas pelo desenvolvimento de células tumorais. A cientista polonesa Marie Curie, entre as décadas de 1910-1920, coordenou os primeiros estudos para o tratamento utilizando a radioatividade.
Mais de sete décadas se passaram e, em 1991, as mutações do gene p53 foram associadas a vários tipos de câncer, sendo que atualmente admite-se que ele está ligado a 50% dos casos. Dois anos depois, investigações científicas realizadas nos EUA comprovaram os malefícios da fumaça de cigarro ao provocar câncer, colocando um ponto final na polêmica acerca dos fumantes passivos.
Hoje, uma das principais e mais promissoras pesquisas resulta da descoberta de que o bloqueio de um gene causador da doença – o Skp2 – força células tumorais a envelhecer e morrer. Agora, os cientistas da Harvard University, em Cambridge, Massachusetts (EUA), desenvolveram uma droga que se encontra na fase de testes, acreditando-se ser possível criar medicamentos capazes de extirpar células cancerígenas.
Existe uma expectativa de que a cura possa vir nos próximos 10 ou 12 anos e os mais otimistas acreditam que o avanço da tecnologia e o domínio da genética finalmente vencerão a moléstia. Dentre os moderados, a crença é de que a enfermidade deixará de ser fatal para se tornar uma doença crônica, com a qual o paciente poderá conviver por muitos anos, cuidando dos seus sintomas para evitar o agravamento.
Glaucoma
Não existe cura para a doença ocular causada principalmente pela elevação da pressão intraocular, que provoca lesões no nervo ótico. O comprometimento visual, caso não seja tratado de forma adequada e rápida, pode levar o paciente à cegueira. Mas, ela pode ser controlada mediante um tratamento apropriado e seguido à risca. Além disso, quanto mais rápido se descobrir e iniciar o tratamento, menor será a perda de visão.
Existem diversos tipos de glaucoma e a enfermidade é a maior causa de cegueira irreversível, uma doença crônica que dura toda a vida, sendo imperativo que o paciente mantenha o tratamento para reduzir a pressão intra ocular e evitar a perda de visão. As chances de ser portador de glaucoma aumentam com a idade, surgindo geralmente em pessoas com mais de 35 anos.
É possível tratar a doença com colírios, entretanto, é importante que o portador utilize a medicação correta, sob a indicação e a orientação do oftalmologista.
Autismo
Um dos maiores enigmas da Medicina persiste desafiando a ciência. Ainda não há uma resposta sobre a origem da moléstia e outras interrogações insondáveis se prolongam. Os inúmeros mistérios que cercam a disfunção, para muitos especialistas, fazem com que o mal seja encarado como um conjunto de doenças.
Não se cogita mais de se falar em transtorno de origem psicológica, algo que se transformou em meia-verdade devido à dificuldade para interagir e se comunicar com o mundo ao seu redor. A incomunicabilidade e o comportamento repetitivo caracterizam o Transtorno do Espectro Autista (TEA), enfermidade considerada incurável. Contudo, hoje existem cientistas que vislumbram caminhos para uma possível cura, como o neurocientista brasileiro Alysson Muotri.
Professor do Departamento de Pediatria e Medicina Molecular da Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), e Ph.D. em Genética, ele é um dos responsáveis por estudar a fundo as causas da doença. Sua equipe tem trabalhado em duas vertentes: primeiro, procurando entender como as mutações em genes relacionados ao autismo causam defeitos sinápticos em células do sistema nervoso; enquanto a segunda pesquisa a utilização de novas drogas que sejam efetivas na reversão de sintomas do autismo.
Otimista e esperançoso, Alysson Muotri acredita que aos poucos os enigmas que envolvem as bases neuro-genéticas da enfermidade estão sendo desvendados. As investigações estão concentradas na combinação das alterações genéticas implicadas ao transtorno com suas consequências celulares durante o desenvolvimento dos neurônios.
Segundo ele, “ao estratificar o espectro autista, ou classificar separadamente, podemos sugerir melhores tratamentos e até uma medicina personalizada em alguns casos”.Para o Dr. Muotri, esses “mini-cérebros” são representativos de cada indivíduo, pois carregam o genoma da pessoa, recapitulando as fases iniciais do desenvolvimento cerebral embrionário.
Lúpus eritematoso sistêmico
Doença autoimune crônica que atinge milhares de pessoas, não havendo até bem pouco tempo nenhuma perspectiva de cura. As esperanças da comunidade científica foram renovadas com a recente publicação do trabalho de cientistas da Universidade da Flórida (EUA) na revista “Science Translational Medicine”. Suas pesquisas revelaram que a combinação de dois medicamentos conhecidos podem ajudar a descobrir uma possível cura (ou ao menos melhoria dos sintomas) para a moléstia.
Inicialmente, a ideia foi realizar um ataque em duas frentes sobre lúpus, após verem uma abordagem semelhante na pesquisa em câncer. Segundo a Dra. Laurence Morel, diretora de Patologia Experimental e professora de Patologia, Imunologia e Medicina em Laboratório, se funcionou para limitar o metabolismo das células cancerosas, também deveria funcionar para limitar o metabolismo das células T CD4.
Junto a outro inibidor (chamado 2DG), os cientistas parecem ter encontrado em medicamentos já conhecidos a esperança para o lúpus. A eficácia da Metformina em restaurar a função normal das células T foi um bom sinal para aplicação futura no tratamento dos pacientes com lúpus. Segunda a Dra Laurence, “isto sugere que os inibidores metabólicos também podem ser utilizados para tratar pacientes. Foi a primeira vez que foi demonstrado que pode ter um efeito sobre os sintomas e manifestações de lúpus por normalização do metabolismo celular”.