Comemora-se no domingo (24) o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões. Porém, pode acometer órgãos como por exemplo ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). A enfermidade tem cura e o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente o tratamento, mas é fundamental seu diagnóstico precoce.
A data foi criada em 1982 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em homenagem aos 100 anos do anúncio do descobrimento do bacilo causador da doença, ocorrido em 24 de março de 1882, pelo médico Robert Koch.
Dia Mundial de Combate à Tuberculose: Preconceito e mobilização
A enfermidade carrega consigo uma grande carga de preconceito em consequência da desinformação. Anualmente, são notificados cerca de 6 milhões de novos casos em todo o planeta, levando mais de um milhão de pessoas a óbito.
Não é exatamente uma data para se comemorar, mas o marco fundamental de uma campanha permanente. É uma ocasião para se mobilizar e intensificar as ações de controle em todos os níveis. Tanto a nível planetário quanto nacional, estadual e local. E buscando envolver todas as esferas de governo e setores da sociedade civil na luta contra esta enfermidade.
Por isso é necessário divulgar o problema, mobilizar a sociedade e dar visibilidade nacional ao esforço brasileiro de luta contra a tuberculose.
Dia Mundial de Combate à Tuberculose: Números no Brasil e no mundo
Conforme relatório do Ministério da Saúde, divulgado em 2016, no Brasil, ela é um sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais. Mesmo que o número de casos tenha caído em cerca de 20% nos últimos 10 anos (passando de 38,7 casos/100 mil habitantes em 2006 para 30,9 casos/100 mil habitantes em 2015).
O Brasil ocupa o 17º lugar entre os 22 países responsáveis por 82% do total de casos em todo o globo. Embora seja uma doença passível de ser prevenida, tratada e mesmo curada, ainda assim mata cerca de 4,7 mil pessoas todos os anos. A cada um deles, são notificados cerca de 70 mil casos novos, provocando 4,5 mil mortes.
Com isto, o País necessita de mais ações de combate à doença para auxiliar a meta da Organização Mundial da Saúde, que é reduzir, no planeta, o número absoluto de mortes em 35% e de contágios em 20% até 2020 (em relação aos números de 2015). São cifras que impressionam. Com isso, a OMS traçou um objetivo: diminuir em 90% a quantidade de mortos pela doença e em 80% a de infectados até 2030.
Cerca de 1/3 dos casos da doença nas Américas estão no Brasil, com 67 mil novos casos por ano. O Brasil Livre da Tuberculose é um plano nacional, baseado nas recomendações da Estratégia Fim da Tuberculose da OMS, que já levou à redução do número de casos em 20% de 2006 a 2015.
A tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo, com 10 milhões de novos casos por ano e 1,6 milhão de óbitos. Em 2017, a OMS iniciou o segundo ano da campanha global Unidos para Acabar com a Tuberculose (United to End TB, em inglês).
Estimativas do órgão revelam que um terço da população mundial está infectada pelo Mycobacterium tuberculosis e em risco de desenvolver a doença. Há cerca de 8,8 milhões de doentes e 1,1 milhões de mortes por ano no mundo.
Cada paciente com a doença, que não se trata, pode infectar em média 10 a 15 pessoas por ano. Alguns fatores contribuem para sua disseminação. Por exemplo: a pobreza e a má distribuição de renda, a AIDS, a desnutrição, as más condições sanitárias e a alta densidade populacional.
Dia Mundial de Combate à Tuberculose: Aplicativos para Médicos Pneumologistas
1 – Prescrições Médicas em Pneumologia
O aplicativo Prescrições Médicas em Pneumologia tem como objetivo fornecer um guia rápido de prescrições de medicamentos, tratamentos e condutas mais usadas para cada tipo de enfermidade de forma didática e voltada para a prática diária.
Ele possibilita consultar de maneira ágil alguns medicamentos e tratamentos mais usados em cada doença, trazendo 14 Prescrições Médicas em Pneumologia: Asma (Pediatria), Asma Brônquica, Bronquite Crônica, Bronquite Crônica Aguda, Broncoespasmo Grave, Bronquiectasia, Crise Asmática, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, DPOC, Hipertensão Arterial Pulmonar, Pneumonia Bacteriana, Sarcoidose, Tosse e Tuberculose Pulmonar.
O aplicativo será sempre atualizado conforme as solicitações dos usuários. Funciona offline, sem que haja necessidade de se conectar com a internet.
Disponível para iOS e Android.
2 – Whitebook
Esta é uma ferramenta de auxílio para a tomada de decisão do médico moderno contendo mais de 2.500 tópicos e englobando diversas especialidades. Seu conteúdo é 100% offline. Em sua nova versão, o app conta com recursos exclusivos para usuários Premium, com assinatura no valor de R$20,00.
Elaborado por médicos, traz a marca da confiabilidade e o Guia de Prescrições Médicas conta com mais de 200 modelos de prescrições, incluindo, na Pneumologia: Asma, DPOC, Hemoptise, Pneumocistose e Tuberculose Pulmonar. Também funciona offline, não havendo necessidade de conexão com a internet.
Disponível para iOS e Android.
3 – Em desenvolvimento: Aplicativo para o acompanhamento do tratamento dos pacientes com tuberculose
A grande incidência de casos da enfermidade em Ribeirão Preto (SP) motivou a escolha da cidade para o teste piloto do sistema criado pelo professor Domingos Alves, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, e por dois alunos sob sua orientação.
Desde março de 2013 os pesquisadores da Universidade de São Paulo utilizam aplicativo móvel para operar um sistema integrado e padronizado de registro para o acompanhamento do tratamento dos pacientes com tuberculose.
Segundo a professora Tereza Cristina Scatena Villa, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), o tratamento pode ter uma duração mínima de seis meses e a ingestão dos medicamentos precisa ser supervisionada e registrada diariamente por um profissional de saúde. O app auxilia o profissional ao facilitar seu acesso às informações de cadastro e de acompanhamento do paciente.
Com a tecnologia móvel, o profissional de saúde terá acesso a todas as informações para acompanhar o paciente, podendo atualizar os dados imediatamente. Já o paciente terá uma diminuição nos gastos com deslocamento ao serviço, podendo agendar consultas e receber informações durante a medicação supervisionada em sua residência.
A doença
A doença, infecto-contagiosa, é causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, mas também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). No geral, é causada por uma infecção por Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK). Outras espécies de micobactérias também podem causar a enfermidade, como Mycobacterium bovis, africanum e microti.
Tuberculose: sinais e sintomas
Doença infectocontagiosa, a tuberculose afeta principalmente os pulmões. Entretanto, também pode acometer órgãos como ossos, rins e as meninges, membranas que envolvem o cérebro. As pessoas com AIDS, diabetes, insuficiência renal crônica, desnutridas, idosos doentes, alcoólatras, dependentes de drogas e fumantes são mais propensos a contrair o vírus. Conforme o Ministério da Saúde, os sinais e sintomas mais frequentes são:
- Tosse seca ou com secreção por mais de três semanas, podendo evoluir para tosse com pus ou sangue.
- Cansaço excessivo e prostração.
- Febre baixa geralmente no período da tarde.
- Suor excessivo noturno.
- Falta de apetite.
- Emagrecimento acentuado.
- Rouquidão.
- Dor no peito.
Contudo, alguns pacientes podem não exibir nenhum indício da doença. Por outro lado, também podem apresentar sintomas aparentemente simples, não detectados durante alguns meses. A doença pode, por exemplo, ser confundida com uma gripe, evoluindo durante três a quatro meses sem que a pessoa infectada saiba. Ao mesmo tempo, poderá transmitir o mal para outras pessoas.
Tuberculose: Transmissão
A transmissão da tuberculose é direta, de pessoa a pessoa. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotículas de saliva com o agente infeccioso que podem ser aspiradas por outro indivíduo.
Portanto, a aglomeração de pessoas é o principal fator para sua propagação.
Má alimentação, falta de higiene, tabagismo, alcoolismo e qualquer outro fator que gere baixa resistência orgânica, também favorecem o estabelecimento da tuberculose.
Tuberculose: Prevenção e tratamento
A vacina BCG é obrigatória para menores de um ano, pois protege as crianças contra as formas mais graves da moléstia. Sua melhor forma de prevenção é fazer o diagnóstico precoce, além de iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível.
Quinze dias após iniciar o tratamento, a pessoa já não transmite mais a doença. A duração do tratamento tem um período mínimo de 6 meses, diariamente e sem interrupção. E só termina quando o médico confirmar a cura total do paciente.
Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas de Aids não devem receber a vacina.
A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, e não utilizar objetos de pessoas contaminadas.