O domingo, 28 de maio, celebrou dois eventos importantes para a saúde feminina: o Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. Ambos têm como objetivo chamar a atenção e conscientizar a sociedade para os diversos problemas de saúde e distúrbios comuns na vida das mulheres.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o Brasil e mais 10 países latino-americanos conquistaram avanços significativos na redução de mortes relacionadas à gravidez ou parto de 1990 a 2013. A partir dos anos 90, o Brasil reduziu sua taxa de mortes maternas em 43%. As taxas também estão em queda em todo o planeta, embora doenças crônicas e outras condições médicas pré-existentes ainda sejam um problema grave.
A morte materna é definida como “o óbito de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez. É causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela”. As principais são: hipertensão, hemorragia, infecções puerperais, doenças do aparelho circulatório complicadas pela gravidez, parto e puerpério e o aborto.
Saúde da Mulher
O Dia Internacional de Ação Pela Saúde da Mulher foi instituído pela OMS com o objetivo de conscientizar toda a sociedade e apoiar países que muitas vezes têm uma grande parcela da população de mulheres que vivem sem o necessário apoio na área de saúde. Com o trabalho de engajamento, a expectativa é de proporcionar o desenvolvimento no setor, melhorando o sistema de saúde precário, reduzindo as mortes e garantindo o bem-estar das mulheres.
A data foi homologada no IV Encontro Internacional Mulher e Saúde, em 1984, na Holanda, durante o Tribunal Internacional de Denúncia e Violação dos Direitos Reprodutivos, ocasião em que a morte materna ganhou vulto e comoveu a comunidade internacional. Desde então, sua dimensão cresceu e, durante o V Encontro Internacional Mulher e Saúde, em San José (Costa Rica), ficou determinado que uma temática nortearia ações políticas que visassem prevenir mortes maternas evitáveis. A ideia foi proposta pela Rede de Saúde das Mulheres Latino-americanas e do Caribe – RSMLAC.
Redução da Mortalidade
O Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna integra a agenda do movimento de mulheres brasileiras, uma pauta que a Rede Feminista de Saúde considera de vital importância e que requer intensa mobilização de todos os setores no País na exigência de políticas públicas de saúde efetivas para as mulheres. A data resulta de duas décadas do movimento para se ter uma data de ação mundial capaz de dar visibilidade ao fenômeno da mortalidade materna, considerado banal nas sociedades cuja cultura naturaliza a entrega da vida das mulheres em nome da maternidade.
A efeméride tem recebido um forte apoio da RSMLAC e da Rede Feminista de Saúde. Sua meta é promover reflexões sobre as demandas regionais e exigir que os direitos das mulheres no campo da sexualidade e reprodução sejam plenamente respeitados e assegurados.
Exames preventivos
Maioria no Brasil, as mulheres representam 51 % da população e, com o aumento da expectativa de vida, tornou-se ainda mais importante prestar atenção à saúde nas diferentes fases da vida. Confira alguns exames preventivos que devem estar sempre em dia: Papanicolau – prevenção de câncer de colo de útero, Rastreamento do Câncer de Mama e Densitometria Óssea.
Programas governamentais
1- Rede Cegonha
Foi criado pelo Ministério da Saúde para melhor a atenção durante a gestação. Sua proposta é proporcionar saúde, qualidade de vida e bem-estar às mulheres durante a gestação, parto, pós-parto e o desenvolvimento da criança até os dois primeiros anos de vida. Tem como objetivo, também, reduzir a mortalidade materna e infantil e garantir os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes.
Nos Centros de Parto Normal (CPN), a mulher é acompanhada por uma enfermeira obstetra ou obstetriz, em um ambiente preparado para que possa exercer as suas escolhas, como se movimentar livremente e ter acesso a métodos não farmacológicos de alívio da dor. Os CPN atuam em consonância com as maternidades para humanizar o parto, oferecendo às gestantes um ambiente mais adequado e privativo, com um atendimento voltado para a mulher e a família.
2- Caderneta da Gestante
Outro instrumento fundamental para o cuidado da gestante, devendo constar o registro das informações de acompanhamento da gestação. Deve ser parte essencial do processo de trabalho dos profissionais de saúde, sendo utilizada em todas as consultas do pré-natal. Além dessas informações servirem como base de sustentação no diálogo entre a equipe de saúde e a gestante na preparação para o parto e a amamentação, a Caderneta também esclarece alguns direitos fundamentais, como a Lei do Acompanhante. Conheça a caderneta clicando aqui.