Mesmo com todo o trabalho dos cientistas e o auxílio da tecnologia mais recente, os avanços soberbos da Medicina ainda têm desafios importantes a serem vencidos. Algumas enfermidades ainda são consideradas incuráveis, enquanto em outras existem progressos notáveis que permitem aos médicos – e pacientes acometidos pelas moléstias – ter esperança e confiança na descoberta da cura.
Enquanto a ciência prossegue no trabalho árduo, incessante e dedicado das pesquisas, os medicamentos mais poderosos e eficazes são utilizados, ao mesmo tempo em que se procura dar aos enfermos uma melhor qualidade de vida.
Doenças que desafiam a Medicina e são consideradas incuráveis: esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, psoríase, vitiligo, epilepsia, Mal de Parkinson, Alzheimer, alergias, bronquite asmática, Chron, endometriose, tpm, glaucoma, taquicardia, insuficiência renal, esquizofrenia, anorexia, bipolaridade e bulimia, dentre inúmeras outras. Confira algumas.
Doenças que desafiam a Medicina
AIDS
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 33,4 milhões de pessoas estão infectadas. Atualmente, a comunidade médica deposita suas maiores esperanças em dois estudos que investigam as células CD-8 e o receptor celular CCR-5 nos chamados Sobreviventes de Longo Prazo (SLP), que representam 5% do total de infectados. Outra pesquisa tem o seu foco nas células dentríticas plasmacitoides, que produzem uma proteína – a IFN-a – capaz de bloquear o vírus.
Um dos pioneiros na identificação do HIV, o virologista Jay Levy acredita que a resposta poderá ser dada pelas células de defesa do organismo chamadas linfócitos T CD8. Elas funcionam como “soldados” e combatem diretamente o vírus, bactérias e outros invasores. Entretanto, dependem de ordens enviadas pelas células CD4, consideradas como “generais”, sem as quais não conseguem desempenhar esse papel. É nestas células que o vírus da AIDS se instala para se multiplicar. Para o professor da Universidade da Califórnia (EUA), a descoberta de uma vacina efetiva contra a moléstia poderá resultar dos estudos desse fator.
Esclerose Múltipla
A imprecisão acerca das causas da enfermidade tem limitado as investigações. Com isso, até aqui, a Medicina tem somente conseguido oferecer tratamentos e terapias para os sintomas. O mal pode ter um efeito devastador sobre a vida das pessoas, afetando a mobilidade, a fala e a capacidade mental, dentre outras consequências. Porém, recentes pesquisas de uma equipe multidisciplinar renovaram as esperanças da comunidade científica, acreditando estar cada vez mais próxima de desvendar o mistério que envolve suas causas.
Os estudos reúnem pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Exeter (Inglaterra) e da Universidade de Alberta (Canadá), que desvendaram uma nova via de exploração, comemorada como um passo fundamental que poderá conduzir a novos tratamentos eficazes. Eles descobriram um novo mecanismo celular que consiste em uma anomalia estrutural nas células cerebrais que poderá ser a causa da esclerose múltipla, podendo tornar-se a base para a descoberta de novos medicamentos contra a doença.
Sua hipótese é de que as mitocôndrias, responsáveis pela produção de energia para a célula, podem estar ligadas à causa da enfermidade. No estudo, os cientistas combinaram ensaios clínicos e laboratoriais para explicar a forma como a mitocôndria fica com anomalias em pacientes com esclerose múltipla.
Ao utilizarem amostras de tecido cerebral, eles identificaram que uma proteína, conhecida como Rab32, foi encontrada em quantidades elevadas nos cérebros dos pacientes com a enfermidade. Por outro lado, a proteína encontrava-se praticamente ausente em células cerebrais saudáveis. Segundo eles, quando a proteína Rab32 se encontra presente, o retículo endoplasmático (parte da célula que armazena cálcio) aproxima-se muito da mitocôndria. Isto resulta em uma falha de comunicação com o aporte de cálcio que desencadeia o mal funcionamento da mitocôndria, causando toxicidade nas células cerebrais dos pacientes com a doença.
Embora seja desconhecido o que provoca o influxo de proteína Rab32, os estudiosos reforçam a hipótese de que essa anomalia poderá ter origem na base do retículo endoplasmático. O médico Paul Eggleton, da Universidade de Exeter, acredita que a descoberta permitirá investigar tratamentos eficazes que incidam sobre a proteína Rab32 e procurar determinar a existência de outras proteínas que possam estar envolvidas no desencadeamento da esclerose múltipla.
Alzheimer
A doença tem como origem o acúmulo de proteína no córtex cerebral e foi descrita em 1906 pelo neurologista alemão Alois Alzheimer. Entretanto, os cientistas pensavam que era consequência do envelhecimento, sendo reconhecida como doença apenas nos anos 60.
O Mal de Alzheimer degenera o cérebro e afeta a memória, comprometendo o raciocínio até levar o paciente à morte. Somente em 1993 é que a comunidade científica identificou um gene mutante da apolipoproteína, considerado responsável por até 25% dos casos de Alzheimer. Seis anos depois, mais quatro genes ligados à enfermidade foram identificados, permitindo aos cientistas aumentar o raio de ação para combatê-la.
Hoje, as maiores expectativas na luta contra o Alzheimer estão depositadas no trabalho de cientistas japoneses que estudam a proteína “humanina”, produzida no cérebro. Eles acreditam que ela poderá ser usada para estancar a morte de células nervosas nos doentes. Também há muita esperança nas experiências realizadas por pesquisadores suecos, que testam medicamentos desenvolvidos para estimular células-tronco a substituir os neurônios destruídos pela doença.
Diversos tratamentos retardam a evolução da doença, enquanto outros minimizam os distúrbios no humor e no comportamento.
Parkinson
A desordem neurológica que vitima o sistema nervoso e compromete os movimentos, sem afetar a capacidade intelectual, foi descrita pela primeira vez em 1817 pelo cientista britânico James Parkinson. Quase um século e meio depois, em 1961, os pacientes com a doença começaram a ser tratados com a substância Levodopa, que não proporciona sua cura, mas alivia os sintomas.
Atualmente, as investigações científicas concentram suas esperanças no trabalho dos estudiosos da Universidade do Colorado (EUA), responsáveis pela descoberta do gene DJ-1, que pode evitar a morte das células nervosas atacadas pela doença.
Os cientistas trabalham no desenvolvimento de uma droga que estimule seu bom funcionamento. Em outras instituições também estão em curso tratamentos neuroprotetores.