Mais do que nunca, o médico precisa ouvir o paciente com a máxima atenção. Os avanços irreversíveis da tecnologia disponibilizaram para as pessoas uma inesgotável e extensa variedade de informações, de forma veloz e em tempo real. A disseminação do conhecimento aguçou a curiosidade e acelerou as buscas sobre os males que as afligem.
Com uma grande vantagem: sem enfrentar filas para marcar consultas, pois o tal “Dr. Google” tem seu “consultório” aberto 24 horas, bastando apenas alguns cliques e uma procura inteligente para os pacientes se inteirarem de sintomas e enfermidades.
Também é bom lembrar que reportagens nas televisões também geram dúvidas na cabeça dos pacientes, que tendo a internet à mão farão uma pesquisa sobre o tema veiculado. No dia seguinte, com certeza, o médico será interpelado. É preciso que o profissional esteja atento e pronto para sempre realizar um trabalho de investigação.
Se de um lado os pacientes ganham com a possibilidade do conhecimento, de outro, porém, correm o risco de caírem em uma armadilha perigosa ao entrarem em sites não confiáveis e com informações equivocadas. Mais do que nunca, os médicos necessitam de tempo para mergulharem na história de cada paciente, a fim de interpretarem os sintomas para chegar ao melhor diagnóstico.
Fim do monólogo
Assim, o paciente de hoje já entra no consultório com um embasamento que provocou uma nova dinâmica nas relações com o médico. Já não apresenta um comportamento passivo e apenas ouve, pois armazenou informações que poderão se transformar em questionamentos importantes para que a consulta se desenvolva de forma produtiva. Agora, contribui ativamente para o enriquecimento da relação, provocando o médico no sentido de que tenha ainda mais atenção para com suas angústias.
Nada substitui ou elimina a ida do paciente ao consultório. Diante do médico, ele tem a oportunidade de pessoalmente expor suas dúvidas e ansiedades após ter se informado na internet com o Dr. Google. Caberá ao médico responder a contento todas as indagações, alertando seu paciente sobre os cuidados necessários sobre a idoneidade dos sites e a veracidade das informações neles contidas. Os profissionais também são usuários costumeiros ou usuais da rede e podem aconselhar e recomendar fontes confiáveis para consulta.
Aproximação tecnológica
Quanto à utilização de recursos como smartphones, a cada dia surgem inúmeros aplicativos que aproximam o médico dos pacientes, com recursos que facilitam o acompanhamento do tratamento e geram benefícios para os dois lados.
Entretanto, é importante que o médico esteja atento para os limites que deverá impor neste tipo de relacionamento, a fim de evitar contratempos, desentendimentos e invasão de sua privacidade. Deve, por exemplo, deixar bem claro se gostaria de receber e-mails e SMS ou optar se liberaria ou não seu WhatsApp. A recomendação é de que o bom senso prevaleça sempre.