Brincadeiras ajudam crianças em tratamentos difíceis
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Brincadeiras ajudam crianças em tratamentos difíceis

Atendimento infantil: como melhorar

Os cuidados com as crianças acometidas por graves enfermidades, especialmente o câncer, baseiam-se em técnicas que privilegiam a higiene e a alimentação, além da medicação utilizada e da coleta de material para os exames diários na luta para controlar a doença.

Entretanto, cada vez mais ganha importância dar um passo além dos aspectos do corpo biológico. Sob este aspecto, a utilização de brincadeiras passa a ser um recurso fundamental e motivador a ser considerado, não apenas da parte delas, mas também pelos profissionais do hospital.

O objetivo é que tenham elementos que as ajudem a conviver com a enfermidade, além de proporcionar a médicos, enfermeiras, psicólogos, assistentes sociais e cuidadores uma melhor visibilidade sobre suas personalidades. Aqui, observando suas ligações familiares e os aspectos culturais, ambientais e econômicos.

Liberação e desenvolvimento

A estratégia permite observar sucesso e avanços, com a criança se mostrando mais desenvolvida tanto não só fisicamente, mas também psicologicamente, com maior sociabilidade e autoestima. A própria criança percebe o que ocorre consigo, possibilitando que libere então os temores que inquietam sua alma, o lado escuro que reúne amargura, raiva e ansiedade. As brincadeiras funcionam como mola propulsora para trazer à tona os pensamentos e sentimentos que povoam seu interior.

A experiência de Barretos

O Hospital do Câncer de Barretos (SP) atende cerca de 150 casos novos por ano com o aumento progressivo de pacientes curados. O Ambulatório de Pediatria tem um Setor de Isolamento e uma Brinquedoteca, pronta para receber mais 50 crianças por dia, que realizam quimioterapia e exames específicos.

Em caso de necessidade, as crianças são internadas e recebem um atendimento educacional que permite a continuidade da formação escolar durante o período de tratamento.

O Hospital tem ainda um Serviço de Nutrição especializado para as crianças, incentivando suas preferências alimentares e valorizando a educação alimentar. A Casa Acolhedora, denominada “Vovô Antônio” oferece alimentação e estadia gratuita para a criança e o acompanhante durante o período de tratamento.

Brinquedoteca

A instituição reserva um lugar especial para a alegria: na Brinquedoteca, crianças e adolescentes, em companhia de seus respectivos responsáveis, podem se divertir à vontade, esquecendo as dores e a angústia do tratamento.

Seus diretores acreditam que, como destacam no site do hospital, “o brincar exercita e desenvolve as habilidades, potencialidades e capacidades da criança e do adolescente. Além de trazer felicidade, provoca e estimula o pensamento, possibilitando seu desenvolvimento. Ao experimentar sensações e vivências agradáveis, tanto a criança como o adolescente, desenvolvem a sociabilidade”.

Dentre as atividades ali desenvolvidas estão brincadeiras lúdicas, culturais, expressivas e artísticas, além da realização de oficinas de artes e de beleza e atividades de leitura. Com isto, o Hospital do Câncer de Barretos contribui para que o dia a dia da criança e do adolescente seja “menos traumatizante e mais alegre, possibilitando assim, melhores condições para sua recuperação”.

Oncologia Pediátrica

A Brinquedoteca do Ambulatório de Oncologia Pediátrica da Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André (SP), recebe crianças em tratamento de zero até 14 anos de idade. Os mais de 250 brinquedos são direcionados conforme a idade e o desenvolvimento infantil e o objetivo é promover saúde, bem-estar, qualidade de vida e o brincar. A Faculdade é referência em trabalhos voltados para a comunidade.

No espaço reservado para a Brinquedoteca, as crianças podem interagir enquanto esperam pela consulta. O ambiente perde as características tradicionais de um hospital para ganhar ares de um ambiente aconchegante e bem familiar, transmitindo conforto e tranquilidade.

Big Riso

A Risoterapia é uma outra forma leve de ajudar as crianças a enfrentar a dureza do tratamento oncológico. Quando a equipe de “palhaços” aparece diante delas, o semblante de cada uma se transforma. Motivadas, ouvem atentamente suas histórias, desenham, pintam e dançam, esquecendo por completo, naqueles momentos, a tristeza e a dor provocadas pelo tratamento a que são submetidas.

O Big Riso reúne voluntários para visitas em hospitais do ABC e atende todos os meses cerca de 100 crianças. Com mais de 10 anos de existência e contando com o apoio de aproximadamente 100 voluntários, já realizou mais de 1 mil visitas, ajudando mais de 8 mil pacientes e contribuindo decisivamente para melhorar a autoestima das crianças.

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