No início de julho, o Journal of American Medical Association (JAMA) publicou um estudo que avaliou a prescrição de antibióticos orais, no cadastro nacional de cuidados ambulatoriais dos EUA nos primeiros anos da década, separados por idade, região e diagnósticos.
Entre as 184.032 consultas ambulatórias da amostra, 12,6% resultaram em prescrição de antibióticos, sendo que a sinusite foi o mais frequente diagnóstico isolado dessa população, seguida de otite média supurada e faringite.
Na análise coletiva, as infecções respiratórias foram responsáveis por 221/1.000 das prescrições, com o detalhe de que apenas 111/1.000 dessas foram consideradas apropriadas. Ficou evidenciado que o abuso do consumo de antibióticos tem estimulado o aumento de bactérias resistentes, que infectam cerca de 2 milhões de americanos, ocasionando cerca de 23 mil mortes a cada ano, segundo fontes do Centers for Disease Control and Prevention (CDC).
Dentre a estimativa de 505 prescrições de antibióticos, apenas 353 foram consideradas corretas, demonstrando que cerca de 1/3 das recomendações foram inadequadas aos tratamentos para os casos de resfriados, bronquites, dores de garganta, infecções de ouvidos e seios da face.
Acredita-se que esses dados não sejam diferentes hoje. Os pesquisadores do CDC advertem que os antibióticos são medicamentos que devem ser utilizados apenas contra infecções bacterianas e, ainda assim, com a ressalva de que, se elas forem gastrointestinais, há aplicação em bem poucas delas.
Especialistas vão além e advertem que tal fenômeno desenha um cenário catastrófico em que se tornará impossível tratar inúmeras infecções.
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