Fake news é um termo em voga. Várias vezes nos deparamos com essa expressão, mas não sabemos muito bem como lidar com ela e suas repercussões. Os avanços aconteceram e as multiplataformas se tornaram as protagonistas no mundo, seja ele virtual ou real. De acordo com os espaços destinados, a veiculação de notícias segue uma linha crescente a cada momento e os meios de comunicação vêm se integrando às diversas ferramentas para atender ao seu público. Em meio às veracidades, checagens e credibilidades surge a propagação de notícias falsas, popularmente conhecidas como: “Fake news”!
Não é de hoje que mentiras são passadas como verdades. Mas, de um tempo para cá, com o avanço das redes sociais, esse tipo de publicação se popularizou. Contudo, em vários setores elas podem interferir negativamente na sociedade, tanto na política e na segurança, quanto na cultura e na economia.
Na Saúde não seria diferente! O termo já provoca vários efeitos na área e assusta com a dimensão que vem ocupando as lacunas sociais.
O impacto das fake news é tão grave que inúmeros incidentes aconteceram pela veiculação das notícias falsas. Atualmente, o compartilhamento usando aplicativos virtuais (WhatsAPP, Facebook, Instagram e Twitter) é frequente. Assim, é crescente o número de pessoas consumindo e passando falsas informações.
Na Saúde, já se pensa em mecanismos de combate e formas de prevenir a população desses conteúdos, uma vez que é um dos setores em que mais são criadas e compartilhadas as fake news.
Entre a luta, impactos e soluções para driblar as “fakes”, separamos abaixo informações para o seu conhecimento, métodos para se informar de maneira segura e dicas para orientar seus pacientes a não caírem nessa.
Ao se sentir mal, a maioria das pessoas antes de procurar um profissional de saúde busca possíveis sintomas e prevenções das doenças em sites. É aí que mora o perigo!
Em uma simples pesquisa do termo “tratamento de câncer” no Google, por exemplo, são encontradas mais de 5 milhões de páginas e artigos sobre o tema. Além disso, no Youtube há inúmeros vídeos sobre a origem e “curas” – muitos sem comprovações.
O processo das notícias falsas, além de informar incorretamente, também afeta a relação médico-paciente. Em entrevista para o jornal O Tempo, o médico e presidente da Cancer Treatment Centers of America (CTCA), Maurie Markman, alerta que as fake news contribuem para que os pacientes deixem de ter credibilidade na classe médica e científica.
“As pessoas tendem a não procurar informações em fontes confiáveis, como sites de instituições governamentais e de saúde, por exemplo. E, mesmo quando procuram, podem acabar acreditando nas alternativas e informações falsas. Definindo elas como certas e ideais”, explica o presidente.
A preocupação é um dos fatores dos receptores das notícias falsas. Por isso, informações ligadas à saúde tendem a fazer sucesso nas redes sociais, principalmente pelo apelo emocional e medo.
Entrevistado pelo mesmo jornal, o professor de pós-graduação em estudos culturais da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação (GPOPAI) declara que os assuntos veiculados tendem a aflorar os sentimentos das pessoas, fazendo com que assim elas passem para frente a mensagem.
“O ato de compartilhamento não atinge grandes proporções. Portanto, se não tiver uma motivação mais forte, por isso que, quando nos deparamos com as “fake news”, elas costumam ser bombásticas e ter um viés dramático sobre algo que está acontecendo ou pode vir a acontecer”, explica o professor.
O contato entre médico e paciente cria laços que se mantém. Portanto, mesmo após um atendimento, a confiança é a base da credibilidade e o médico permanecerá presente nos assuntos ligados à saúde.
Toda a atenção em tirar dúvidas de seus pacientes deve ser primordial. Afinal, com o recebimento das notícias falsas, o medo e a preocupação podem surgir. Para evitar o compartilhamento nas redes sociais, explique e oriente-o em seus atendimentos como checar e evitar notícias mentirosas.
Dessa forma, saiba 08 passos para identificar, orientar e tranquilizar seus pacientes quando receberem “fake news”.
Muitos sites que publicam notícias falsas têm nomes parecidos ou até iguais a endereços conhecidos. Portanto, avalie o endereço, o site, olhe outros conteúdos e veja se realmente é o veículo oficial.
“Fake news” costumam apresentar erros de português, de formatação e uso exagerado de pontuação. Além disso, verifique se há o nome do repórter, fontes e dados de instituições oficiais, entre outros.
Veja a relevância e se está atualizada.
É necessário ler a matéria até o fim. Pela manchete não é possível saber se trata do mesmo assunto.
Checagem nunca é demais! Duvide se apenas um site estiver dando uma notícia.
Não compartilhe por impulso. Seja responsável e verifique.
Se após verificar todos esses passos o paciente ainda estiver com dúvidas, seja solícito e esclareça as questões. Principalmente, os assuntos ligados à área médica.
Consulte notícias no novo canal do Ministério da Saúde. (LINK????)
Sabendo da onda de fake news e como as notícias falsas estão se disseminando pelos aplicativos, o médico Drauzio Varella, em um quadro do Fantástico, alertou sobre o perigo das notícias falsas relacionadas à Saúde. Pelas ruas de São Paulo, ele esclareceu dúvidas e conferiu as reações das pessoas ao descobrir informações mentirosas que tinham como verdadeiras. Confira:
Com os avanços e propagação das fakes, a FioCruz (Fundação Oswaldo Cruz) vai reunir entre os dias 18 e 21 de março um time de profissionais para o II Seminário Internacional e VI Seminário Nacional As Relações da Saúde Pública com a Imprensa: Fake News e Saúde. Entre os especialistas presentes estarão:
O evento acontece na sede da Fiocruz em Brasília (Universidade de Brasília, Campus Darcy Ribeiro, L3 Norte). Em sua sexta edição, os seminários recebem muitas novidades neste ano, como seções científicas, apresentação de resumos, minicursos e relatos e experiências.
Para ministrar o workshop sobre o assunto, a organização recebe o pesquisador do Centro de Pesquisas Sobre Comunicação e Saúde (Comsanté), da Universidade de Quebec em Montreal, no Canadá, Alexandre Coutant.
Outra novidade é a oportunidade para desenhistas, designers e cartunistas. Os artistas podem enviar seus trabalhos de humor gráfico, tais como cartuns e charges, para exposição durante o evento. Além disso, será lançado o primeiro e-book da série: “As relações da saúde pública com a imprensa”.
Para inscrições gratuitas, mais informações e programação completa, acesse aqui.
Em contrapartida às fake news, O Ministério da Saúde disponibilizou um número de WhatsApp para envio de mensagens e dúvidas da população. Desta vez, é usar os aplicativos de forma certa para não compartilhar qualquer coisa por aí.
O canal será destinado, exclusivamente, para receber informações virais que serão apuradas e checadas com especialistas e respondidas oficialmente se são verdadeiras ou falsas.
Qualquer cidadão poderá enviar imagens, textos, notícias e vídeos para saber se as informações são corretas. Para usufruir dessa novidade, é preciso se informar de forma certa e orientar seus pacientes. Basta adicionar aos seus contatos o número: (61) 99289-4640.
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