O Mal de Alzheimer atinge cerca de 6% das pessoas com idade acima de 65 anos e apresenta como primeiro sintoma mais comum a perda de memória a curto prazo. A doença, degenerativa, ainda não tem cura, mas a incessante luta dos pesquisadores nas melhores formas de tratamento tem apontado algumas direções com avanços significativos.
Algumas vezes, trilhando até mesmo caminhos inesperados e curiosos, como a recente descoberta revelada por cientistas do National Insitute of Standards of Technology (NIST) e da Western Reserve University, nos Estados Unidos.
O alento surgiu através dos antirretrovirais usados no combate ao desenvolvimento do vírus HIV em portadores desta enfermidade. Conforme o estudo divulgado pelo “Journal of Biological Chemistry”, o efavirenz, princípio ativo de um medicamento recentemente aprovado contra o HIV, se liga à enzima CYP46A1, aumentando sua capacidade de eliminar o colesterol do cérebro.
Segundo o relato, estudos em animais detectaram uma menor presença da gordura no órgão está associada à melhora da memória. Nas experiências realizadas com ratos, a ligação da enzima com a droga provocou um aumento de 40% na remoção do colesterol do órgão. Além disso, os cientistas ficaram animados quando certificaram que a ausência da CYP46A1 provocou problemas de aprendizagem nos roedores.
Os trabalhos na Western Reserve estão sendo desenvolvidos há anos pela equipe médica liderada pela Dra. Irina Pikuleva, que pesquisa estratégias envolvendo a enzima CYP46A1. Ela acredita ser provável que o impulso para a ação da enzima seja ainda maior, pois em humanos desempenha um papel maior que nas cobaias.
Estudos anteriores revelaram que a CYP46A1 consegue diminuir a presença da beta-amilóide, um tipo de gordura encontrada em altas quantidades em pacientes com Alzheimer, sendo capaz de bloquear a sinalização entre os neurônios.
Segundo os cientistas, a enzima responde sozinha e de forma positiva pela eliminação de 80% do colesterol do cérebro, constatando-se que pequenas doses do antirretroviral já aumentam a capacidade intrínseca da proteína.
Seguindo nesta direção, a Dra. Irina Pikuleva e seus colegas agora vão à procura de financiamento para realizarem um ensaio clínico em humanos. O objetivo é verificar o potencial do medicamento nos pacientes com o Mal de Alzheimer, investigando seus potenciais efeitos terapêuticos ao ministrar pequenas doses da droga.
– As evidências sugerem fortemente que, em doses menores, efavirenz pode ser uma terapia eficaz para estimular a degradação do colesterol cérebro e abrandar ou prevenir a doença de Alzheimer – declarou Pikuleva ao “Journal of Biological Chemistry”.
Confira, aqui, alguns exemplos de como a tecnologia tem desempenhado um papel importante na procura de novas formas para minimizar os efeitos do Alzheimer para os portadores da doença e também de seus familiares.