O medicamento oral para câncer no sangue recebeu recentemente, e em regime de priorização, mais uma aprovação da Anvisa, evidenciando uma evolução na forma como o câncer no sangue é visto e tratado.
O avanço das pesquisas e o tratamento humanitário e menos invasivo têm dado um novo alento para que os pacientes deste tipo agressivo de Linfoma Não-Hodgkin (LNH) tenham melhor perspectiva e qualidade de vida. Com a disponibilidade desses medicamentos no Brasil, os enfermos podem receber o tratamento oral em sua casa, sem a necessidade de que sejam internados.
A droga compõe a lista dos medicamentos dessa nova geração, sendo o primeiro de sua classe terapêutica – os inibidores da tirosina quinase de Bruton (BTK), alterando a abordagem do tratamento de alguns tipos de câncer no sangue. Além dos dados positivos, com acentuada comprovação de sua eficácia clínica e mais comodidade posológica, o remédio possibilita um tratamento com menos efeitos adversos.
O Imbruvica alcançou rápido reconhecimento internacional devido ao seu caráter altamente inovador, recebendo do Food and Drug Administration, a agência reguladora dos Estados Unidos, três designações de breakthrough therapy (termo utilizado pelo FDA para terapias inovadoras), com acelerada aprovação regulatória neste país e na Europa. O remédio é desenvolvido e comercializado conjuntamente pela Janssen Biotech, Inc. e Pharmacyclics LLC, uma empresa da AbbVie.
O medicamento já estava aprovado e sendo comercializado no Brasil para tratamento de pacientes com leucemia linfocítica crônica/linfoma linfocítico de pequenas células (LLC/LLPC), que receberam no mínimo um tratamento anterior, indicação aprovada pela Anvisa em julho do ano passado, também em regime de priorização. Esta nova indicação passa a ser mais uma alternativa para os pacientes que sofrem com o LCM que tenham recebido, no mínimo, um tratamento anterior contendo rituximabe.
Segundo os dados do estudo clínico de Fase III chamado RAY (MCL3001)2, a droga oral foi associada a uma redução de 57% no risco de progressão da doença ou morte com um período de acompanhamento médio de 20 meses. Importante destacar que este é um dos principais estudos para aprovação regulatória dessa indicação terapêutica no Brasil.