Médicos, enfermeiros, radiologistas, terapeutas, psicólogos, secretárias, faxineiras, cozinheiras e demais profissionais da área de Saúde foram reverenciados ontem (02) pelo seu trabalho e dedicação no Dia Nacional do Hospital. A data foi criada não para comemorar a existência de um espaço físico, mas para destacar a importância de todas os profissionais responsáveis que colaboram para o pleno funcionamento dessas instituições em seu atendimento às comunidades, aos que precisam e estão com a saúde comprometida.
A inspiração para escolher o dia 02 de julho remete à inauguração da Santa Casa de Misericórdia de Santos (SP), em 1945, pelo então presidente Getúlio Vargas. No Brasil, a primeira instituição hospitalar foi criada por Braz Cubas, em 1º de janeiro de 1545, quando a cidade de Santos ainda era um povoado de Enguaguaçu. Recebeu o nome de Hospital de Todos os Santos, relembrando a data mundial e homenageando ainda o maior hospital de Lisboa (Portugal).
Os primeiros locais onde as pessoas recebiam atendimento remetem à Antiguidade e, acredita-se, tinham como missão tratar daqueles que eram feridos em guerra. Geralmente, os enfermos civis eram cuidados em suas próprias casas, com os médicos se deslocando até os pacientes. Existem pinturas de 2900 a.C. retratando locais que curavam os guerreiros, evidenciando a necessidade de se dispor de um espaço apropriado para tratamento, cura e descanso.
Ao longo do tempo, tanto as exigências quanto as respostas a estas foram aumentando, sempre tendo como meta aprimorar e ampliar o atendimento em prol da saúde e do bem-estar das pessoas.
Outro ponto de destaque está na expansão do Cristianismo, que implicou diretamente na disseminação planetária do conceito de hospital. Além disso, esses espaços de cura ofereciam abrigo e assistência para os que estavam adoentados e para aqueles que peregrinavam ou não tinham o que comer.
Desde então, verificou-se uma transformação fundamental no conceito de “espaço de cura”, com os hospitais assumindo perante a sociedade um caráter mais humanístico e comunitário do que na Antiguidade.
No Brasil, o quadro atual da Saúde apresenta avanços, mas que ainda são insuficientes para responder às necessidades da população. Com mais de 6 mil hospitais, o País ainda precisa melhorar suas políticas de saúde pública, estendendo o Sistema Único de Saúde (SUS) e aperfeiçoando seus serviços.
Apenas 24 hospitais têm a certificação de excelência internacional concedida pela Joint Comission International (JCI) e os mais famosos são Hospital Albert Einstein, Hospital Nove de Julho e o Hospital das Clínicas, que é público e vinculado à Universidade de São Paulo (SP), sendo também um centro de pesquisas acadêmicas.
É sabido e dito reiteradas vezes que a saúde está garantida pela Constituição Federal, onde se determina que “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. Todavia, o SUS não consegue suprir as necessidades do povo brasileiro, não disponibilizando vagas para todos que necessitam dos serviços.
Os leitos e aparelhagens estão comprometidos, apresentando estruturas físicas em péssimas condições. Além disso, os salários são muito baixos, provocando a falta de profissionais, constantemente faltam medicamentos necessários para os tratamentos e as verbas são insuficientes para o cumprimento digno do atendimento, conforme preconiza a Constituição.
Assim, as pessoas que dispõem de mais recursos financeiros procuram atendimento em hospitais particulares. É importante ressaltar que, mesmo com melhores condições físicas e materiais, também estes estão sujeitos a cortes nas despesas, ficando comprometidos até mesmo nas questões de higiene, que podem levar a graves consequências com as infecções hospitalares.