Comemora-se hoje o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença de Alzheimer, oportunidade para respeitar aqueles que vivem com demência e para aprender os sinais de alerta que aumentam a possibilidade de diagnóstico.
Segundo o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, estima-se que o número de pessoas que vivem com demência triplique – de 50 milhões para 152 milhões até 2050. “Quase 10 milhões de pessoas desenvolvem demência a cada ano, seis milhões delas em países de baixa e média renda“, afirma.
A doença, ainda sem cura, acomete principalmente idosos a partir dos 65 anos e se agrava ao longo do tempo, mas pode e deve ser tratada. O risco é maior em mulheres e o fator hereditariedade nos casos de Alzheimer em pessoas com menos de 65 é fortemente considerado. A moléstia provoca perda de funções cognitivas como memória, orientação, atenção e linguagem, com dificuldade de se expressar e compreender os outros, afetando os cinco sentidos e prejudicando sua autonomia. A intensidade e a velocidade do agravamento da doença é variável de indivíduo para indivíduo.
Há mais de 27 anos, a Associação Brasileira de Alzheimer oferece apoio e contribui para a superação de dificuldades enfrentadas desde o momento do diagnóstico até os estágios mais avançados da enfermidade. A instituição tem como objetivo divulgar a Doença de Alzheimer e contribuir para o constante investimento no tratamento de pacientes e apoio aos familiares-cuidadores. Além de realizar campanhas, palestras, cursos e debates abertos à população, para esclarecer informações sobre a doença, seus sintomas e tratamentos.
Em Portugal, a Direção Geral de Saúde lançou, em 2015, o manual Nutrição e Doença de Alzheimer, que fornece indicações práticas sobre como lidar os principais problemas alimentares da doença, abordando, ainda, a informação científica disponível sobre o papel protetor dos nutrientes e de alguns alimentos e padrões alimentares (com destaque para a Dieta Mediterrânea)
O Global Dementia Observatory, uma plataforma virtual lançada em dezembro de 2018 pela OMS, acompanha o progresso na prestação de serviços para pessoas com demência e também para seus cuidadores, tanto dentro dos países quanto a nível mundial. A ferramenta também vai monitorar a presença de políticas e planos nacionais, medidas de redução de riscos e infraestrutura para atendimento e tratamento. Também estão incluídas informações sobre sistemas de vigilância e dados sobre a carga da doença.
De acordo com Tarun Dua, do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias da OMS, “este é o primeiro sistema global de monitoramento da demência, que oferece uma gama abrangente de dados. O sistema não só nos permitirá acompanhar os progressos, mas também identificar áreas onde os esforços futuros são mais necessários.”
Até o momento, a OMS coletou dados de 21 países com todos os níveis de renda. Até o final de 2018, espera-se que 50 países estejam contribuindo com novas informações.
Os resultados iniciais indicam que uma grande proporção de países já estão tomando medidas em áreas como planejamento, conscientização sobre a demência e ambientes amigáveis às pessoas com essa condição (facilitando, por exemplo, a participação em atividades comunitárias e combatendo o estigma sofrido por essas pessoas) e provisão de apoio e treinamento para cuidadores, que muitas vezes são membros da família.
Todas essas atividades são recomendadas pela OMS no Global action plan on the public health response to dementia 2017-2025. O documento fornece um plano abrangente de ação em áreas como: conscientização sobre demência e locais amigáveis às pessoas com essa condição; redução do risco de desenvolvimento de demência; diagnóstico, tratamento e cuidados; pesquisa e inovação; e suporte para os cuidadores.
A tecnologia tem desempenhado um papel importante na procura de novas formas para minimizar os efeitos do Alzheimer para os portadores da doença e também de seus familiares.