Ao concluir a produção dos primeiros cristais de Insulina Humana Recombinante, desenvolvidos por pesquisadores do Laboratório de Bioprodutos, o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) adquiriu capacidade para reproduzir todas as etapas do processo de produção do hormônio, de grande importância no tratamento de pacientes diabéticos. Além de prestar assistência aos diabéticos, a nacionalização da tecnologia deste hormônio permitirá autonomia ao Brasil na produção e distribuição do medicamento.
O Laboratório é vinculado à Divisão de Biotecnologia, sob a chefia de Bárbara Ferreira. A fabricação do medicamento resulta da Parceria para Desenvolvimento de Produto (PDP) entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a empresa Indar, da Ucrânia, cujas negociações foram iniciadas em 2006 e formalizadas sete anos depois.
O objetivo da parceria entre as instituições é internalizar a tecnologia de produção da Insulina Humana Recombinante para assegurar o abastecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), além de gerar economia e autonomia ao Brasil.
Para se chegar aos cristais, diversas etapas foram cumpridas, desde a entrega das cepas da bactéria Escherichia coli, até a fermentação e a purificação do produto. Até aqui, as etapas de produção eram realizadas separadas e o próximo passo será fazer todas elas de forma sequenciada, aumentando a escala de 3 para 30 litros de fermentação e reproduzindo, assim, todo o aprendizado.
O Brasil tem aproximadamente 14 milhões de pessoas com diabetes e aproximadamente um milhão de pacientes adquire insulina através da rede pública de saúde. A produção de insulina humana foi interrompida em 2001, deixando o País na dependência das importações. O anúncio da produção nacional de insulina humana foi feito em abril de 2013.