Janeiro Branco é uma campanha criada por psicólogos em 2014 que tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre a possibilidade de construir uma vida mais feliz para si próprios. Seu lema é “Quem cuida da mente, cuida da vida”. Conforme o Ministério da Saúde, foi idealizada pelo psicólogo e palestrante Leonardo Abrahão.
A campanha tem como intuito alertar a população acerca dos cuidados com a saúde mental e emocional. Nesse sentido, desde o início, enfatiza a importância da prevenção das enfermidades decorrentes da ansiedade e do estresse, do pânico e da depressão, bem como contribui para diminuir o estigma e o preconceito existentes em torno desses temas.
A ProDoctor Software está sempre atenta à realidade médica. Falamos diariamente sobre os avanços tecnológicos e científicos. Mas, também sabemos da importância da Saúde Mental dos Médicos. Responsáveis que são pelo bem-estar das pessoas e que precisam estar com a saúde mental em dia para exercer sua profissão diariamente.
As preocupações com sua saúde mental cresceram bastante com os casos de burnout registrados logo após a explosão da pandemia da Covid-19. Da mesma forma que escrevemos e alertamos para os riscos da depressão, do suicídio e do vício em drogas na categoria, procuramos repassar para os médicos a necessidade de se prevenir.
Dessa maneira, você vai encontrar a seguir informações não só acerca da campanha Janeiro Branco, bem como dicas para se prevenir e escapar do estresse diário e do sedentarismo, dedicando-se ao lazer e esquecendo as preocupações.
Antes de mais nada, precisamos falar sobre o início de tudo. O Janeiro Branco nasceu a partir das ideias lançadas pelo psicólogo Leonardo Abrahão em seu grupo na cidade mineira de Uberlândia. A base de sustentação de suas ideias e ideais está nas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS): sobre Saúde Mental.
Era preciso colocar a Saúde Mental em foco, analisar e debater o estado de bem-estar das pessoas, no qual desenvolvem e desempenham suas habilidades. Dessa maneira, a sociedade possibilitaria de uma maneira mais tranquila que cada indivíduo convivesse harmonicamente com suas inquietações e, ao mesmo tempo, trabalhanmdo, interagindo e produzindo para a comunidade.
A longa trajetória desses 10 anos de muito trabalho e esforços rendeu frutos, pois o reconhecimento formal ganhou força de Lei Federal. Desse modo, a visão distorcida de uma Psicologia destinada para as pessoas loucas foi aos poucos esmaecendo até finalmente ser apagada.
Em seu relatório, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) destacou a gravidade das doenças mentais no Brasil e o papel do Estado em seu combate.
Conforme defendeu em seu parecer, “o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo. Tão importante como atenção às medidas individuais é o olhar para a saúde mental como saúde pública, que possibilite uma visão estrutural da promoção e prevenção dos transtornos mentais”.
Janeiro, porque remete ao início do ano, quando geralmente as pessoas estão propensas a fazer uma reflexão sobre suas vidas, olhando para o futuro e pensando em seus objetivos de mudanças e progressos. Por outro lado, Branco, porque simboliza uma folha em branco, na qual as pessoas podem depositar seus sonhos, esperanças e expectativas, a fim de mudar e melhorar a sua história pessoal.
Ao completar 10 anos, Janeiro Branco traz em 2024 o tema “Saúde Mental enquanto há tempo! O que fazer agora?”. Desde o princípio, a campanha procura se desvencilhar e desfazer a ideia errada de que a Psicologia é direcionada para os loucos.
Nesse sentido, a campanha Janeiro Branco, dedicada à promoção da Saúde Mental, foi instituída oficialmente através da Lei Nº 14.556 de 25 de Abril de 2023, sendo decretada pelo Congresso Nacional e sancionada pelo presidente da República em exercício Geraldo Alckmin.
Dessa maneira, expressa em seu Art. 2º: “Nos meses de janeiro serão realizadas campanhas nacionais de conscientização da população sobre a saúde mental, que abordarão a promoção de hábitos e ambientes saudáveis e a prevenção de doenças psiquiátricas, com enfoque especial à prevenção da dependência química e do suicídio”.
Assim, as campanhas, a partir de janeiro deste ano, têm como foco a promoção de hábitos e ambientes saudáveis e a prevenção de doenças psiquiátricas.
A Lei em vigor deriva do Projeto de Lei 1.836/2019, proposto pelo deputado Assis Carvalho (PT-PI).
Certamente, o psicólogo Leonardo Abraão tem motivos para comemorar nesses 10 anos. Afinal, o Janeiro Branco assumiu proporções extraordinárias, não apenas a nível nacional, bem como internacionais, além de ter o apoio de instituições públicas e privadas.
“Este ano é a primeira campanha já com a lei em vigor. O fato de o movimento virar leis municipais, estaduais e lei federal só prova a necessidade, a legitimidade e a potência de uma iniciativa totalmente dedicada à construção de uma cultura da saúde mental na humanidade, um presente do Brasil para o mundo, agora, inclusive, reconhecido e multiplicado pelos estados brasileiros” – destaca Leonardo Abraão.
Com toda a certeza, falar de saúde mental implica em promover a saúde. Nesse sentido, é necessário que a pessoa tenha espaço para falar da sua subjetividade, de suas emoções e dos seus sentimentos. Assim, cada indivíduo terá como fazer uma avaliação de sua existência e do que pretende realizar.
Desse modo, o indivíduo terá capacidade para viver plenamente o seu dia a dia, avaliando suas ações e tomando decisões. Isso vai além da saúde física. Ou seja: abrange os seus relacionamentos interpessoais, sua profissão e seu lazer, sua crença espiritual, o desenvolvimento intelectual e o envolvimento social.
Certamente, a Saúde Mental exerce um forte impacto em todos os setores da vida. Entretanto, as principais fontes de estresse e adoecimento estão ligadas diretamente ao ambiente de trabalho e às questões financeiras.
Com toda a certeza, a entrega e a carga excessiva de trabalho, mais as horas acumuladas sem dormir e as pressões permanentes na jornada diária de trabalho são elementos que contribuem para o desgaste do médico.
Tudo isso ganha maior impacto com o sentimento de impotência diante da morte de pacientes, a angústia e o distanciamento da família. Além disso, a imensa maioria não tem tempo para o lazer e os cuidados necessários para enfrentar o sedentarismo provocado pela eterna alegação de que “não tenho tempo”.
Como consequência, a Saúde Mental dos Médicos chega ao limite, colocando riscos à sua vida. Então, o estresse, a depressão, o Burnout, o vício em drogas e os pensamentos recorrentes de morte e suicídio são graves ameaças.
O Burnout Médico, por exemplo, acentuou as ameaças com o luto e o sofrimento provocado após o início do combate à pandeemia do Coronavírus.
|Veja também: o Perfil Clínico e Demográfico dos Médicos com Dependência Química.
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Sem dúvida, discutir a Saúde Mental no Brasil é imprescindível. Principalmente, quando se constata o aumento exponencial dos registros de transtornos mentais, além da existência do estigma relacionado às enfermidades. Certamente, as pressões e exigências sociais, mais as condições econômicas e culturais são fatores que contribuem para deflagrar ou agravar os problemas psicológicos.
Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde, cerca de 12 milhões de brasileiros convivem com a depressão. Ou seja: 5,8% da população. Além disso, o sinal de alerta foi dado por especialistas, estimando que de 20% a 25% da população apresentam condições de desenvolver a doença.
Da mesma forma, o transtorno de ansiedade é preocupante, uma vez que afeta aproximadamente 20 milhões de brasileiros. Ou seja: 9,3%. Nesse sentido, o Ministério da Saúde advertiu que uma de suas mais graves consequêbncias é o suicídio. Hoje, é a quarta principal causa de mortes entre os jovens.
Conforme levantamento do Ministério da Saúde, a ansiedade é um dos problemas que mais aflige a população brasileira. Diversos fatores podem funcionar como gatilho, como por exemplo o estresse da vida diária, com as pressões sociais e econômicas devido às dificuldades financeiras e traumas familiares e genéticos.
Além disso, a depressão é outro grave problema recorrente. Em seguida estão os transtornos alimentares, o transtorno bipolar e demais transtornos que se ligam ao abuso da utilização de substâncias tóxicas.
Para atender as pessoas atingidas por essas enfermidades, o Ministério da Saúde presta atendimento em 2.884 unidades dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Sua missão é acolher e tratar os pacientes que apresentam qualquer desses distúrbios de sanidade. Os CAPS são pontos estratégicos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).
Além disso, o Brasil disponibiliza 72 unidades de acolhimento, que podem ser acionadas através de uma unidade do CAPS. Nesse sentido, os pacientes são acolhidos e recebem tratamento por um período de até seis meses, conforme o tratamento terapêutico proposto. Das 72 unidades, 26 destinam-se ao atendimento infanto-juveil, que abrange pessoas dos 10 anos de idade até os 18 anos incompletos. Portanto, as restantes 46 unidades destinam-se aos adultos.
As enfermidades que atingem as faculdades mentais das pessoas podem apresentar diversas causas, conforme falamos no tópico anterior. Também entram na lista a esquizofrenia e os transtornos de humor. Todos eles interferem na vida diária do indivíduo, podendo comprometer seu trabalho diário.
Desse modo, pode ficar impossibilitado temporária ou permanentemente de exercer suas funções. Então, é preciso estar atento para saber sobre os direitos a que terá acesso ao recorrer ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Contudo, para ter a concessão dos benefícios previdenciários, precisa antes passar por uma perícia médica e o seguro está sujeito a critérios específicos.
Consciente de que muitas vezes não é tão simples identificar os sinais e buscar orientação, o psicólogo Leonardo Abraão enfatiza que é preciso estar atento aos sintomas e procurar de imediato uma ajuda profissional.
Conforme afirma em suas palestras e entrevistas, os sinais podem variar, uma vez que as pessoas são únicas. Também destaca que “a presença de alguns desses sintomas não significa, necessariamente, um transtorno mental específico”. Dessa maneira, recomenda a busca por um psicólogo ou psiquiatra no caso de haver uma preocupação com a saúde mental de alguém da família ou conhecido.
O idealizador do Janeiro Branco enumerou uma série dedicas que servem como alerta para os seguintes sintomas:
Uma das principais recomendações dos especialistas é de que as pessoas que apresentam sintomas de problemas de saúde mental não espere que haja uma melhoria no quadro. Desse modo, alertam ser fundamental ter a orientação de um profissional de Saúde.
Nesse sentido, o passo inicial pode ser recorrendo a uma Unidade Básica de Saúde mais próximo. O importante é que seja feito um acompanhamento pelos integrantes da equipe de Saúde da Família. Logo após uma avaliação, se houver necessidade, o paciente terá o devido encaminhamento para receber o atendimento especializado no CAPS.
Se acaso a pessoa tiver um surto psiquiátrico, a recomendação é para chamar de imediato o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192). Havendo necessidade, o encaminhamento recomendável é para que a pessoa receba o atendimento devido no serviço de urgência e emergência.